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Brichta, Cauã e Paolla, três atores que melhoraram muito após “Belíssima”

Mauricio Stycer

25/08/2018 14h21


O brasileiro gosta tanto de novela que tem prazer, inclusive, em rever as suas favoritas. A Globo, por exemplo, reprisa folhetins desde os anos 1970 e mantém uma sessão específica, o Vale a Pena Ver de Novo, desde 1980, dedicada a satisfazer este gosto. Não sou espectador assíduo, mas passo os olhos, eventualmente, por curiosidade. Acho as reprises úteis para observar a evolução, ou não, de atores mais jovens.

No caso de "Belíssima", atualmente no ar, três atores têm me chamado a atenção: Vladimir Brichta, Cauã Reymond e Paolla Oliveira. Os três não eram novatos na época da exibição original, entre novembro de 2005 e julho de 2006, mas tinham pouca experiência em TV. E claramente destoam, negativamente.

A oportunidade de falar sobre isso acaba de ser dada pelo próprio Brichta, que observou, em entrevista publicada neste sábado no jornal "O Globo": "Quando fiquei sabendo da reprise, tive uma sensação estranha. Não gostei do meu trabalho naquela novela. Não soube contar a história. Agora, vendo novamente, sinto que serve pelo menos para analisar onde errei".

Brichta já tinha feito "Porto dos Milagres" (2001), "Coração de Estudante" (2002), "Kubanacan" (2004) e "Começar de Novo" (2004), mas realmente parece deslocado como o mulherengo Narciso em "Belíssima".

Cauã e Paolla, cujos personagens Mateus e Giovanna, também contracenam bastante na novela, tinham ainda menos experiência. O ator havia feito "Malhação" (2002), "Da Cor do Pecado" (2004) e "Como uma Onda" (2004). Já a atriz tinha no currículo um papel na segunda fase "Metamorphoses" (2004), na Record, e uma participação em "Malhação" (2005).

O excesso de caras e bocas, os gestos exagerados, a falta de naturalidade em cena… É visível o desconforto deste trio em "Belíssima". Cauã e Paolla parecem estreantes, realmente.

No evento que s Globo fez para promover a volta da novela de Silvio de Abreu no Vale a Pena Ver de Novo, em maio deste ano, Cauã contou que a sua falta de experiência provocava desconfiança dos colegas: "A gente chega inseguro, isso é normal. Teve um ator que me sacaneou. Chegou para mim e falou: 'Você veio de Malhação, né? Consegue andar e falar ao mesmo tempo?'."

Paolla, neste mesmo evento, também reconheceu: "Brinquei com o Cauã dizendo que seria difícil ver as cenas da primeira novela que fiz, porque a gente olha para trás e faz críticas, né? Mas ele me falou uma frase que agora eu repito: 'A gente se perdoa'. Então é isso, eu me perdoo. Só o tempo faz a gente ser melhor".

Passados 13 anos da exibição de "Belíssima", é legal ver como os três atores deixaram para trás as hesitações daqueles tempos e cresceram muito como intérpretes.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

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