Segundo debate presidencial é mais dinâmico, mas tem gafe e acidente
Mauricio Stycer
18/08/2018 00h13
Com o mesmo número de participantes que o debate da Band, realizado uma semana antes, o encontro entre os presidenciáveis realizado pela RedeTV! nesta sexta-feira (17) foi mais curto, mais ágil e menos cômico.
Diferentemente do que ocorreu no debate da Band, a RedeTV! não teve flexibilidade com quem estourou o tempo programado para perguntas e respostas, e optou por cortar o som do microfone dos candidatos prolixos. Não é uma medida simpática, e dá um ar escolar ao evento, mas obriga os participantes a serem mais objetivos.
Ainda assim, a emissora começou o seu debate propondo uma missão impossível aos participantes: responder em 45 segundos a duas perguntas complexas: "Por que quer ser presidente do Brasil? E o que é preciso mudar no combate à corrupção no Brasil?" Ninguém conseguiu, é claro, dar uma resposta decente.
Em dois blocos do debate, a RedeTV! promoveu "duelos" entre duplas de candidatos, que precisavam se encarar frente a frente em um pequeno palco no centro do estúdio. É uma situação que deixa os participantes menos confortáveis do que na bancada, o que é positivo.
Este formato se alternou com outro, no qual um jornalista perguntava a um candidato e escolhia quem também faria a réplica.
Os organizadores dos debates são obrigados a convidar todos os candidatos cujos partidos ou coligações têm ao menos cinco parlamentares entre os 513 deputados federais e 81 senadores. Neste momento, nove das 13 candidaturas oficialmente apresentadas atendem a esse requisito.
A RedeTV! cogitou deixar o lugar destinado a Lula (PT), que está preso, sinalizado com o seu nome. Mas sete candidatos, segundo a emissora informou, concordaram em retirar o púlpito destinado ao petista. Só Guilherme Boulos (PSOL) foi contra.
Iniciado às 22h, o debate terminou à 0h15 – 45 minutos a menos que o encontro entre os presidenciáveis da semana anterior.
Veja também
Debate com oito candidatos não esclarece nada, mas gera momentos de comédia
Comentários são sempre muito bem-vindos, mas o autor do blog publica apenas os que dizem respeito aos assuntos tratados nos textos.
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
Contato: mauriciostycer@uol.com.br
Sobre o blog
Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.