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A “Era de Ouro” da televisão virou “Era Dourada”, diz chefão do canal FX

Mauricio Stycer

04/08/2018 05h01

Já há alguns anos, John Landgraf, principal executivo do canal FX, vem alertando que a indústria americana de TV está produzindo séries em excesso, elevando custos e gerando uma oferta além da capacidade de consumo. Nesta sexta-feira (03), com um comentário irônico, ele observou que uma das consequências deste exagero é a perda de qualidade.

"O número de novas séries que eu vi anunciadas esta semana me faz suspeitar que a Era de Ouro (Golden Age) da televisão se tornou a Era Dourada (Gilded Age) da televisão", disse.

Segundo Landgraf, este ano já houve o lançamento de 319 novas séries, um aumento de 5% em comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram lançados 305. Houve queda na oferta dos canais a cabo e das grandes redes e crescimento nos lançamentos dos serviços de streaming, como Netflix, e nos canais a cabo premium, como HBO, por exemplo. O total de lançamentos está assim distribuído:

TV a cabo: 102 programas (contra 114 no mesmo período do ano passado)
Grandes redes: 114 (120)
Serviços de streaming: 76 (52)
Canais a cabo premium: 27 (19)

Landgraf enxergou, já faz tempo, uma "bolha" na produção de séries nos EUA, mas está menos pessimista em relação ao possível estouro dela: "Minhas primeiras estimativas de que a TV teria atingido o seu pico estavam erradas. Ainda há um caminho pela frente."

Entre as séries mais populares já exibidas pelo FX estão "Sons of Anarchy", "The Shield", "Archer", "American Horror Story", "The Americans", "Fargo", "American Crime Story" e "Atlanta".

Em termos históricos, "Era Dourada" refere-se a um período de prosperidade econômica nos Estados Unidos entre as décadas de 1870 e 1900. O termo também foi usado de forma pejorativa pelo escritor Mark Twain no romance "The Gilded Age – A Tale of Today", de 1873, no qual ele descreve este período como de excessos materiais e pobreza extrema.

Foto: Frederick M. Brown/Getty Images

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

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Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.


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