Mesmo com Gugu apático, “Canta Comigo” é um formato empolgante e divertido
Mauricio Stycer
19/07/2018 00h02
Sem avaliar a qualidade dos candidatos nem a capacidade dos jurados, "Canta Comigo" é o formato de show de talentos mais legal que a TV brasileira importou nos últimos tempos. Exibido pela Record, com apresentação morna de Gugu Liberato, o programa estreou nesta quarta-feira (18) e promete um prêmio de R$ 300 mil ao vencedor.
Versão nacional de "All Together Now", formato original da Endemol Shine Group, "Canta Comigo" tem como maior originalidade o fato de o júri ser formado por 100 pessoas, que manifestam aprovação aos candidatos se levantando. Vence quem conseguir tirar o maior número de jurados da cadeira.
No chão, Gugu Liberato é uma figura com pouco destaque, até apática. Um desperdício, na verdade, lembrando dos talentos do apresentador em auditórios. Faz breves anúncios, explica as regras e, eventualmente, entrevista alguns jurados sobre as suas escolhas. No instante mais instrutivo, avisou: "Não é importante avaliar técnica, o importante é o júri se emocionar".
Com o seu resultado, Naheda se classificou diretamente para a final. Outros dois candidatos bem votados passaram à semifinal.
Reunir 100 pessoas com conhecimento musical para participar do júri de um show de talentos não deve ser tarefa fácil. E, vê-se, a Record penou. O júri do "Canta Comigo" reúne músicos conhecidos, outros no ostracismo, ex-participantes da "Fazenda" e do "Power Couple", muita gente desconhecida, cantores de covers e, até, uma figura apresentada como "assessor administrativo e cantor". Um júri bem eclético, para não dizer doido.
Teve jurado que não entendeu a dinâmica do programa, outro disse não tinha palavras para expressar o seu contentamento com uma apresentação, uma que elogiou o "timbrão" de uma candidata e um que falou em italiano. Bem engraçado, em resumo.
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Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
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