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Tá no Ar terá última temporada em 2019; equipe fará novo programa em 2020

Mauricio Stycer

18/04/2018 05h01


Encerrada a quinta temporada do "Tá no Ar" com um programa emocionante nesta terça-feira (17), é preciso dar uma notícia boa e outra má aos fãs. A boa é que o humorístico da Globo já tem uma sexta temporada assegurada, com estreia prevista para janeiro de 2019. A má é que será a última. "É preciso seguir, ter novas ideias, criar coisas novas, outros programas", conta Marcius Melhem, um dos criadores do "Tá no Ar", ao UOL.

Mas, calma, nem tudo está perdido. "Já estamos criando um novo programa pra 2020. Estamos desenvolvendo. Ainda definindo formato. Mas vai manter o conceito que norteia 'Tá no Ar' e 'Zorra': dialogar com a sociedade", anuncia Melhem, que também atua como ator no programa (ao lado, no esquete "Poligod").

Na entrevista abaixo, Melhem faz um balanço da temporada recém-encerrada, comenta sobre alguns problemas que enxergou, fala sobre as dificuldades para reinventar o programa e revela os planos para os próximos anos.

Qual o balanço que você faz desta temporada? Em relação às anteriores, o que funcionou melhor? E o que não correspondeu às expectativas?
Foi uma temporada que gostamos bastante, madura. Lógico que sempre temos quadros e apostas que aqui e ali nós temos questões, e estamos nesse momento avaliando o que ainda vale a pena apostar como está, reformular ou abandonar. Nessa temporada ganhamos muito em realização, apuro e acabamento. Por outro lado pessoalmente tenho questões com o ritmo, que me parece ter sido menos vibrante do que gosto normalmente. Enfim, estamos nesse momento avaliando isso.

Sobre o ritmo, você se refere à duração dos quadros, alguns muito longos?
Não só isso. A duração das cenas e a montagem do programa em si. Em que momento entrar e sair de cada programa? Que trecho vamos ver? Como condensar a dramaturgia num tempo legal para a própria cena e para o todo.

Mas no geral, fomos bem, continuamos falando de coisas relevantes, participando do debate público, e com ótima repercussão. Os números (de audiência) também foram bons, com vitórias sem sobressaltos. Mas temos que nos reinventar. Sempre.

Você acha que, além de rir sobre o universo da televisão, o "Tá no Ar" tem algum impacto sobre o que crítica?
O "Tá no Ar" levanta questões, critica, ri do universo da TV e com isso ilumina e desnuda alguns formatos e pessoas que vemos na TV todos os dias. De alguma forma estimulamos o debate. Nossa missão é dialogar com a sociedade. E isso conseguimos.

Se a TV repete os problemas de sempre há anos, qual o segredo para o "Tá no Ar" não parecer repetitivo?
Como espelho da TV, estamos reféns dela em boa medida. Se a TV se renova, vamos juntos. Se assistimos sempre as mesmas coisas, os formatos começam a se repetir. A gente tenta sempre ir aonde não foi ainda. Mas a cada temporada vai ficando mais difícil. Já fizemos muita coisa.

Quais são os planos para a sexta temporada? Está garantida?
Sim, terá a sexta. E será a última. Discutimos muito internamente isso. Na verdade a maioria queria seguir. O "Tá no Ar" tem muita relevância, é importante pelas questões que coloca. Mas é preciso seguir, ter novas ideias, criar coisas novas, outros programas. A missão dele me parece perto de se concluir. Vamos sentir saudades e estamos nos esforçando já para fazer uma última temporada que honre a história que a gente construiu.

A maioria dos atores e autores queria continuar. Mas eu, (Marcelo) Adnet e Maurício (Farias) achamos que o sucesso também aprisiona e é preciso saber parar. E parar antes de o público enjoar. Vai ao ar em janeiro de 2019. E já estamos criando um novo programa pra 2020. Estamos desenvolvendo. Ainda definindo formato. Mas vai manter o conceito que norteia "Tá no Ar" e "Zorra": dialogar com a sociedade.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

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Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.


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