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Xuxa está bem, Dancing Brasil é bem feito, mas por que não decola no Ibope?

Mauricio Stycer

11/04/2018 05h00


A estreia da terceira temporada de "Dancing Brasil", em janeiro, deu a impressão de que a Record havia, finalmente, descoberto como fazer o programa decolar. Em novo dia, às quartas, e com um novo assistente para Xuxa, o ator Leandro Lima, a competição de dança bateu recorde de audiência em São Paulo: 8,1 pontos.

Doze semanas depois, a alegria deu lugar a preocupação. "Dancing Brasil" chegou ao penúltimo episódio, na quarta (04), acumulando uma média de 6,2 pontos – números no Ibope muito semelhantes aos registrados nas primeiras duas temporadas (médias de 5,8 e 5,6 pontos, respectivamente).

Na antepenúltima semana o programa chegou a bater um recorde negativo, com 4,2 pontos – a metade da estreia -, mas a culpa foi de uma partida entre Corinthians e São Paulo, que rendeu à Globo 42,1 pontos.

Na semifinal voltou à sua média habitual, marcando 5,9 pontos. Ainda assim, ao chegar nesta quarta (11) à final, imagino que uma dúvida atormente os executivos da emissora: o programa ainda tem como crescer?

"Dancing Brasil" é o programa mais bem produzido da Record. A troca de dia, de segunda para quarta, me pareceu uma boa ideia por buscar um público sem interesse por futebol em uma época, o início do ano, em que as competições esportivas são menos atraentes.

Leandro Lima, como assistente, revelou-se bem mais à vontade do que Sergio Marone, conseguindo disfarçar melhor o texto engessado do programa. Xuxa continua empolgada e dedicada à atração – na última quarta apresentou com uma bota de gesso no pé por causa de uma fratura. Por que o Ibope não responde à altura?

Bom, a hipótese mais óbvia é imaginar que o público está cansado. Esta terceira temporada foi ao ar apenas nove meses depois da estreia. "Dancing Brasil" foi exibido entre 3 de abril e 26 de junho de 2017 e, logo depois, entre 24 de julho e 25 de setembro ganhou uma segunda edição.

Outra possibilidade é supor que o programa bateu no seu teto. Ou seja, o tamanho real do público interessado numa competição de dança com celebridades nem tão famosas assim é esse mesmo. Será?

A boa notícia é que a Record vai descansar um pouco formato após a final. A emissora pensa em voltar com a quarta temporada da competição no final do ano. Vai exibir nesta faixa, inicialmente, uma nova temporada de "Batalha dos Confeiteiros", apresentada por Buddy Valastro. E tem planos de exibir um outro formato na sequência.

O título do "Dancing Brasil" será disputado pelas duplas formadas por Geovanna Tominaga e Teo, Barbara Borges e Marquinhos e Raissa Santana e Paulo Vitor.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

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