Após protestos, enfermeira terá participação maior na série “Sob Pressão”
Mauricio Stycer
28/08/2017 15h00
Um debate realizado na última semana na Faculdade de Saúde Pública da USP, em São Paulo, tornou público um problema que aflige os realizadores de "Sob Pressão". Diferentes categorias do sistema de saúde, em especial os enfermeiros, estão insatisfeitos com a forma como a série da Globo está retratando a realidade de um hospital público.
"As queixas são absolutamente válidas", disse Alemão no debate, depois de ouvir depoimentos de profissionais da saúde. "Na segunda temporada, a Jaqueline terá mais destaque", prometeu.
Maranhão, que é medico e autor do livro que inspirou a criação de "Sob Pressão", criticou o tom corporativo das reclamações. "Isso reduz. A série traz uma discussão acima da necessidade de retratar todas as categorias profissionais. É uma discussão sobre o modelo de saúde que temos e o que queremos".
Além da crítica de que a série é centrada basicamente nos médicos, os participantes do debate também ouviram reclamações sobre a falta de outros profissionais da área no hospital de "Sob Pressão", de psicólogos a terapeutas ocupacionais.
Pesquisa inédita
Num sinal que vislumbra longa carreira para "Sob Pressão", a Globo decidiu fazer uma pesquisa qualitativa com espectadores de diferentes cidades do Brasil. Trata-se de um procedimento realizado normalmente com as novelas da emissora, mas muito incomum com séries.
Com vistas à segunda temporada, já encomendada, a pesquisa buscará aprender mais sobre o resultado da série e compreender melhor a relação do público com o tema e os personagens.
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Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
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