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Globo e Viva fazem homenagem boa, mas muito “limpa” e certinha a Chacrinha

Mauricio Stycer

26/08/2017 21h13


Lançado neste sábado (26) no canal Viva e com previsão de exibição na Globo em 6 de setembro, o especial "Chacrinha, o Eterno Guerreiro" presta uma bela homenagem a Abelardo Barbosa (1917-1988), cujo centenário se comemora este ano.

O programa buscou reproduzir uma tarde no auditório do "Cassino do Chacrinha, exibido pela Globo entre 1982 e 1988. Stepan Nercessian, que já interpretou o Velho Guerreiro em um musical, comanda a fuzarca com a mesma voz e os tiques do apresentador. É uma imitação impressionante. A posição de algumas câmeras, rente ao palco, e os planos aéreos lembraram muito também a velha atração.

Para avaliar os calouros, uma parte fundamental do programa, a Globo convidou várias estrelas da casa – Gloria Maria, Fernanda Lima, Tiago Leifert, André Marques, Regina Casé, Ana Maria Braga e o casal Luciano Huck e Angélica. Não funcionou tão bem. O problema é que, com exceção de Leifert, nenhum tentou compor um tipo engraçado ou extravagante, como faziam os jurados do Velho Guerreiro.

Num momento divertido, o júri entrevistou Anitta. "Como você dorme?", perguntou Marques. "Não lembra?", respondeu a cantora. Huck resgatou o humor malicioso, mas infantil, que Chacrinha gostava de compartilhar "Anitta, viu o cassete do Luan Santana?", perguntou. "Eu vi!", respondeu a cantora. "Quer pegar?", questionou Huck mostrando uma fita-cassete.

Pelo palco do auditório passou um time de estrelas – de Roberto Carlos a Alcione, e também Ivete Sangalo, Ney Matogrosso, Luan Santana, Sidney Magal, Fabio Jr., Marília Mendonça. Bons nomes, em resumo, mas faltaram alguns que representassem os artistas bem populares que frequentavam o programa, como Waldick Soriano (1933-2008), Nelson Ned (1947-2014), Odair José, Rosana, Agepê (1942-1995), Byafra, Kátia, Jane e Herondy etc.

As chacretes, como anunciado, tiveram participação discreta no especial. Nada de closes em detalhes íntimos ou danças muito sensuais – uma pena. Era uma marca importante do "Cassino".

Com direção artística de Rafael Dragaud e direção-geral de Daniela Gleiser, "Chacrinha, o Eterno Guerreiro" é uma homenagem bacana, divertida e justa, mas um pouco certinha e "limpa" demais.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

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