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Só Drica e Luisa se salvaram na boba, antiga e descartável “A Fórmula”

Mauricio Stycer

25/08/2017 05h01

Um homem disputado por duas mulheres que, na verdade, são a mesma – uma em versão jovem e outra madura. Angélica/Afrodite é uma cientista que descobriu a fórmula do rejuvenescimento e, tentando reconquistar o amor da juventude, oscila entre as duas versões. Eis a premissa de "A Fórmula", explicada no início de cada um dos seus oito episódios.

O epílogo, nesta quinta-feira (24), foi óbvio. As duas são uma só. E ela fez tudo isso "por amor", explicou Afrodite (Luisa Arraes), a versão jovem, a Ricardo (Fabio Assunção), o homem maduro, mas um tanto idiota, que passou a série inteira dividido entre as duas.

Angélica (Drica Moraes) surgiu, enfim, diante do amor de tantos anos para dizer: "Afrodite só existiu para juntar nós dois". E Ricardo: "Não foi fácil escolher entre você e você". "Eu tô muito feliz que você me escolheu", responde Angélica.

E citando o personagem Paulo (Paulo José) do filme "Todas as Mulheres do Mundo" (1967), de Domingos de Oliveira, ela disse: "O difícil não é escolher uma mulher, é desistir de todas as outras".

Além da perspectiva da série ser antiga e totalmente masculina, para não dizer machista, "A Fórmula" também abusou de um outro clichê gasto – Divino (Emilio de Mello), o amigo gay, bem caricato, de Angélica, presente em todos os momentos.

Para piorar ainda mais, a série entrou na grade no fim da noite, e não depois das novela das 21h, como seria o ideal. No esforço de melhorar a audiência de "Os Dias Eram Assim", a Globo inverteu os horários e jogou a série de humor para depois das 23h, afugentando assim parte de seu público-alvo.

Criação de Mauro Wilson e Marcelo Saback, "A Fórmula" será lembrada, basicamente, pela alegria de Drica Moraes e Luisa Arraes em seus papéis. As duas claramente se divertiram em cena. No mais, chega a ser difícil entender o que a Globo quis com uma série tão descartável.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.


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