Com Ibope baixo e atritos internos, Programa do Porchat trocará de diretor
Mauricio Stycer
21/06/2017 12h43
Fábio Porchat está em busca de um novo diretor para o seu talk show. O atual, Diego Pignataro, vai deixar as funções em breve, depois da exibição de dois programas ao vivo, nesta quinta, 22 (final do "Power Couple"), e na próxima segunda, 26 (final do "Dancing Brasil").
A saída de Pignataro já está acertada e é do conhecimento da equipe do programa e da Record. Num sinal de que o diretor segue com prestígio em alta, ele será designado para uma nova gerência, de desenvolvimento de novos produtos, da Eyeworks, a produtora responsável pela realização do talk show, exibido de segunda a quinta.
Como os principais executivos da Eyeworks no Brasil, Pignataro é argentino e isso causou vários ruídos e atritos com Fábio Porchat e sua equipe. Não à toa, o apresentador busca um diretor brasileiro, com experiência em TV aberta e sintonizado com o humor que brota na internet.
No ar desde 24 de agosto de 2016, o "Programa do Porchat" ocupa o terceiro lugar no horário, atrás da Globo e do SBT. A audiência em São Paulo piorou desde a suspensão do sinal da Record da grade das operadoras de TV paga em 29 de março.
Nem a troca do diretor nem a audiência parecem preocupar a Record. Apesar de o contrato de Porchat só vencer no fim do ano, a emissora e o apresentador já estão bem perto de assinar a renovação por mais dois anos.
Em contato com o blog, a emissora reafirma estar satisfeita com o talk show. A audiência do "Programa do Porchat" em março foi, em média, de 3,9 pontos. Já nesta última semana, entre 15 e 22 de junho, foi 4,6 pontos.
No noite de segunda-feira (19), dia em que Porchat recebeu Claudete Troiano e Fabio Rabin, chamou a atenção de alguns espectadores uma mensagem ofensiva ao próprio programa, divulgada na tela (veja acima). O tuite foi excluído da versão editada, disponível na internet. A gestão de redes sociais do "Programa do Porchat" é feita pela Record.
Sobre a produtora
O núcleo da Eyeworks no Brasil é formado por argentinos da produtora Cuatro Cabezas. Fundada na Argentina por Diego Guebel e Mario Pergolini em 1993, a empresa é responsável pela criação de vários programas importantes, entre os quais o "CQC" e "A Liga".
Em 2008, a Cuatro Cabezas foi comprada pela produtora holandesa Eyeworks. E em 2014, a Eyeworks foi adquirida pela americana Warner por estimados US$ 250 milhões.
No último dia 14, foi anunciada em Buenos Aires a falência da Eyeworks argentina, que tinha 64 funcionários e ainda produzia alguns programas para emissoras locais.
No Brasil, a Eyeworks é dirigida pelo argentino Diego Barredo. Diego Guebel desligou-se da produtora há alguns anos e hoje é vice-presidente da Band.
Atualizado às 16h45.
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
Contato: mauriciostycer@uol.com.br
Sobre o blog
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