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Batman de Adam West foi o melhor herói que uma criança podia ver na TV em 1970

Mauricio Stycer

11/06/2017 05h01


Já li muito sobre o valor cultural da série "Batman", um símbolo da cultura pop e do estilo camp dos anos 60. Com a morte de Adam West, também li vários perfis do ator, sobre a sua trajetória, sobre a sua eventual falta de talento e sobre como viver Batman acabou sendo o maior momento de sua carreira.

Queria acrescentar algo mais modesto e irrelevante, as lembranças de alguém que foi menino no fim dos anos 60, início dos 70. Tenho uma dívida muito grande não apenas com Adam West, mas também com Burt Ward (Robin), Alan Napier (o mordomo Alfred), Neil Hamilton (comissário Gordon), Cesar Romero (Coringa), Burgess Meredith (Pinguim) e Julie Newmar (Mulher-Gato), entre tantos outros.

Tinha 10 anos em 1971 e até hoje não me esqueço do fascínio que as aventuras do Homem-Morcego e do Menino Prodígio provocavam – o cinto de utilidades do herói, o seu carro espetacular, aquela bat-caverna repleta de engenhocas modernas.

Batman e Robin terminavam todo episódio presos, ameaçados de morte por algum dos vilões. E era preciso esperar um dia para ver, na mesma bat-hora e no mesmo bat-canal, como eles escapariam das armadilhas.

Visto hoje, "Batman" pode parecer uma série de humor, engraçada. Mas não era nada disso para uma criança de 10 anos. Também não provocava medo. Mas encantava, estimulava a imaginação.

O Coringa e o Pinguim eram terríveis, mas provocavam mais curiosidade do que temor. Eram criativos em suas armações, usavam armas inimagináveis, mas o Homem-Morcego, com a ajuda do atrapalhado Robin, sempre tinha ideias melhores e soluções mais engenhosas.

E a Mulher-Gato? Que vilã era aquela? Bonita, sensual, provocava ciúmes em Robin e deixava o herói abalado (assim como os jovens espectadores), pensando se deveria acreditar nela. Sente o drama do Batman nesta cena aqui.

Isso para não falar do mordomo Alfred, um tiozinho esperto, sempre por perto para ajudar Bruce Wayne, e do comissário Gordon, que claramente não tinha a menor condição de encarar os vilões de Gotham City.

Fica aqui esta minha homenagem, talvez bobinha, ao Batman de Adam West. Acho que ele foi o melhor herói que uma criança podia ter naquela época na televisão. É assim que vou me lembrar do ator.

Em tempo: Produzida entre 1966 e 68, nos EUA, em cores, a série foi apresentada no Brasil inicialmente em preto e branco, ainda em 66, pela TV Paulista e pela Globo, como pode-se ler neste recorte da revista "Intervalo" de agosto de 1966, gentilmente enviado pelo leitor Magalhães Jr (clique em cima para ampliar). Foram 120 episódios. Se não estou enganado, quando assisti era exibida pela Tupi, dentro da programação do "Clube do Capitão Aza". Abaixo, a genial abertura:

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.


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