Com série nova, Band quer provocar o espectador que não gosta de história
Mauricio Stycer
27/04/2017 04h01
Andando por Lisboa, o ator Dan Stulbach e a historiadora Lilia Schwarcz quase são atropelados por integrantes da corte portuguesa correndo em direção ao porto, de onde partirá a caravana da família real rumo ao Brasil. Essa interação entre 1807 e 2017 é um dos atrativos de "Era uma Vez uma História", série em quatro episódios que a Band estreia nesta quinta-feira, às 22h50.
Com custo estimado de R$ 1 milhão por episódio, o programa talvez fale de assuntos que parte do público já conheça – da instalação da Coroa portuguesa no Brasil até a proclamação da República, em 1889. Mas o objetivo da Band é outro. "Não estamos querendo falar só com quem gosta de história. Queremos trazer as pessoas que não gostam de história", diz ao UOL o diretor-geral de conteúdo da Band, Diego Guebel.
Na visão do executivo, a série tem a mesma função que aquele professor da escola que faz o aluno se interessar pela matéria considerada aborrecida. "Queremos provocar o espectador a buscar mais informações sobre o assunto quando acabar o programa".
O formato de "Era uma Vez uma História" é baseado em "Algo habrán hecho (por la historia argentina)", programa exibido entre 2005 e 2008, apresentado por Mario Pergolini e o historiador Felipe Pigna. Pergolini foi um dos criadores da produtora Cuatro Cabezas, junto com Diego Guebel, e comandou a bancada do "CQC" na Argentina.
Quem passeia por canais como Discovery ou History também já viu programas com formato semelhante. Guebel reconhece isso, mas observa, com razão: "O desafio é colocar um programa deste tipo na TV aberta", afirma. "Todo mundo diz que a TV aberta tem que melhorar, não? Acho que dá para fazer coisas um pouco melhores, produtos de qualidade".
Entre os atores que interpretam figuras históricas, há alguns convidados especiais. No primeiro episódio, há aparições do cantor Lenine e da cantora Luiza Possi. Thaide, Oscar Filho, Ricardo Boechat e Paloma Tocci também fazem participações especiais na série.
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
Contato: mauriciostycer@uol.com.br
Sobre o blog
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