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Caso José Mayer vira piada na Escolinha do Professor Silvio Santos

Mauricio Stycer

24/04/2017 16h41

Com algum atraso, mas do jeito descontraído de sempre, Silvio Santos tratou em seu programa da acusação de assédio que levou a Globo a suspender o ator José Mayer. Deu-se na introdução do "Jogo dos Pontinhos" neste domingo (23).

Por mais de dez minutos, entrevistando Lívia Andrade, Patrícia Abravanel e Helen Ganzarolli, o apresentador procurou explicar o caso de forma até didática, mas pela via do humor inconveniente que tem sido a sua marca.

Primeiro, Silvio questionou Lívia sobre o assunto. "Você conhece aquele rapaz da Globo, o José Meyer?" Alguém gritou: "Mayer". O apresentador se corrigiu e prosseguiu: "José Mayer. Diz que ele lá na Globo tinha uma figurinista… E que ele se aproximou da figurinista… E então ela reclamou na Globo e o rapaz parece que vai ser expulso, suspenso."

Lívia, então, ensinou: "Rapaz, não. Senhor. E o lance não foi só uma cantada. Ela disse que ele a assediou e colocou a mão nas suas partes íntimas. Muita gente fica quieto, tem medo de perder o emprego, tem medo de fechar uma porta e acaba não respondendo à altura. Eu acho que a gente tem que partir pra frente. Não tem que ouvir e ficar com medo."

Silvio retrucou: "Eu trouxe esse assunto porque li em algum em algum lugar que você sofreu assédio." Ao que Lívia disse:

"Sofri, não! Eu meti a porrada mesmo! Não tá certo o que eu fiz, mas eu tomei uma atitude no calor da situação. A gente não tem que ser desrespeitada e não tem que ir embora se sentindo mal. Não tem que ficar triste, não tem que chorar. O que acontece? Tem mulher fácil… Tem mulher de todo tipo por aí. E eles acabam generalizando. Tem as que gostam, tem as safadas, as periguetes."

O apresentador concluiu a conversa com a jurada criticando a magreza dela: "Também vou te dizer. Magra como você está, com esse vestido e esse sapato, quem chegar pra fazer qualquer tipo de assédio, só se for assédio policial. Pra tomar a sua carteira ou o seu carro. Pra tomar você, não. Bagulho não! (veja no vídeo acima)"

Em seguida, Silvio questionou a filha a respeito. E Patrícia explicou que há uma "questão cultural" envolvida no tema. "Nos EUA, os homens não acham que a mulher por estar com a roupa curta está querendo se insinuar. Você vai com roupa curta pro shopping, ninguém olha. Aqui, se você vai com uma roupa curta, o homem já pensa que você tá querendo. É uma questão cultural."

Silvio concluiu a sua aula mostrando que quando a relação é consensual, não há assédio. Fazendo carinho em Helen, disse (vídeo acima): "O rapaz lá na Globo parece que fez alguma coisa com ela e ela reclamou na Globo e ele quase que perde o emprego. Você vai fazer a mesma coisa comigo?" Ao que a jurada, respondeu: "Não. Claro que não. Pode pegar à vontade".

Como se vê, a didática de Silvio Santos é bem particular. Mas creio que, nesta conversa maluca com as três juradas, ele conseguiu transmitir, em meio a absurdos, algumas informações importantes.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.


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