A audiência cresceu, mas não fez de “Sol Nascente” uma novela melhor
Mauricio Stycer
21/03/2017 04h01
Há duas maneiras de ver "Sol Nascente". Uma, como uma novela que começou mal no Ibope e, após a imposição de algumas mudanças, conseguiu se recuperar e chegar ao final com números razoáveis. Outra, como um folhetim que, apesar da melhora na audiência, nunca foi, de fato, bom.
Entendo que o Ibope é a métrica mais importante para quem está diretamente envolvido na indústria de telenovelas. Não por acaso, a equipe de "Sol Nascente" se mostra muito feliz (ou aliviada) com o resultado final. A mais recente trama das 18h não poderá ser considerada como um fracasso.
Escrita inicialmente por Walther Negrão, Suzana Pires e Julio Fischer, "Sol Nascente" sofreu com os problemas de saúde justamente do autor mais experiente. Como informou o site Notícias da TV, Negrão deixou a novela depois de 24 capítulos apenas e Silvio de Abreu, diretor de teledramaturgia da emissora, supervisionou o texto desde outubro de 2016.
Laura Cardoso fez bastante sucesso como a vilã Sinhá, mas isso se deve ao fato de a personagem, como observou Nilson Xavier, ter mergulhado no exagero e na caricatura. Sinhá foi, talvez, a única personagem que conseguiu escapar da linha convencional que marcou a novela e, por isso, surpreendeu e conseguiu divertir.
"Sol Nascente", enfim, não tinha muito o que dizer e, como entretenimento, deixou bastante a desejar.
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
Contato: mauriciostycer@uol.com.br
Sobre o blog
Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.