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“Se eu não vender horário para igreja, quebro”, diz sócio da RedeTV!

Mauricio Stycer

10/03/2017 04h01

Sócio e vice-presidente da RedeTV!, a quinta maior rede de TV aberta no Brasil, Marcelo de Carvalho apresenta, nesta entrevista ao "UOL Vê TV", um panorama do mercado de televisão no Brasil. Num dos momentos da conversa (veja no vídeo acima), ele critica com veemência a forma como as agências de publicidade lidam com as verbas dos anunciantes. "O Brasil é o único país do planeta Terra onde a emissora líder tem 34% de audiência e recebe entre 80% e 90% do dinheiro do mercado".

Argumentei com Carvalho que falta programação de qualidade na RedeTV! e perguntei por que a emissora vende tantas horas diárias para igrejas e empresas: "Porque se eu não vender, quebro", afirmou.

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Carvalho vê na Simba, uma joint-venture entre a RedeTV!, Record e SBT, uma forma de compensar a falta de receitas com publicidade. No vídeo abaixo, ele explica que a empresa quer ser remunerada pela cessão dos seus sinais para as operadoras de TV paga e diz por que acha que o preço pago pelos clientes, por seus pacotes, não deveria aumentar. "O lucro dessas empresas é de bilhões. Basta acomodar", diz:

Bem-humorado, Carvalho fala, na entrevista, que não assiste aos programas de sua mulher, Luciana Gimenez. "O que gosto de ver na TV, à noite, são série da Netflix". E conta que ela também o critica muito como apresentador.

Engenheiro químico, 55 anos, Marcelo de Carvalho trabalhou no departamento comercial da Globo nos anos 80. Ainda naquela década, se associou a Amilcare Dalevo numa empresa que fornecia o serviço de telefonia para programas como o "Você Decide". Em 1999, os dois compraram a concessão da Rede Manchete e inauguraram a RedeTV!.

Em abril de 2010, o vice-presidente da RedeTV! saiu dos bastidores e entrou para o mundo dos apresentadores, comandando, ao lado de Luciana Gimenez, o game show "Mega Senha". E agora em 2017, neste sábado (11), estreia à frente de outro programa de prêmios, "O Céu é o Limite".

No vídeo abaixo, é possível ver a íntegra do conversa, na qual ele fala, também, dos planos de produzir séries, elogia o "Encrenca", pede uma nova regulamentação do mercado publicitário e vislumbra uma melhora da situação econômica, entre outros assuntos . Recomendo.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

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Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.


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