“Só suportei sete Fazendas para poder pagar as contas”, diz Britto Jr.
Mauricio Stycer
13/02/2017 17h20
Depois de sete anos, finalmente, Britto Jr. resolveu fazer um balanço de sua experiência à frente do reality show "A Fazenda", que apresentou desde a estreia, em 2009, até o final da sétima edição, em 2014.
Encerrado o seu contrato com a Record em dezembro de 2016, depois de um ano sem ser chamado para nenhum trabalho importante, Britto Jr. se sente agora mais à vontade para falar do programa que o marcou tanto. E o pretexto para estas primeiras declarações foi um texto que publiquei nesta segunda-feira (13) no UOL, sobre o papel de Tiago Leifert no comando do "BBB17". Descrevi como o novo apresentador influencia o jogo com opiniões para o público e dicas aos brothers.
Britto, então, escreveu no Twitter: "Agora, pense num reality similar em que o apresentador era 'proibido' de interagir livremente com os participantes. Por tentar, fui repreendido, censurado, xingado, boicotado. Aguentei o diretor-censor até o ponto em que se tornou insuportável. Por isso, resolvi sair".
Procurado para que explicasse melhor o que quis dizer com os seus comentários no Twitter, o ex-apresentador da "Fazenda", então, fez novas críticas a Rodrigo Carelli, o diretor do programa.
O apresentador afirma, ainda, que nunca teve apoio da direção da Record, apesar de apelos insistentes. "Várias vezes eu comuniquei aos diretores da emissora na Barra Funda da minha insatisfação sobre tudo isso, mas eles, como sempre perdidos, sequer se davam ao trabalho de ir até lá para ver de perto, interferir ou me dar algum tipo de apoio". E acrescenta: "Tentaram com o Faro ("Fazenda de Verão"), foi a mesma coisa. Com o Justus, então…"
Por fim, Britto afirma que sofreu "bullying" durante o trabalho no reality show. "Só suportei sete Fazendas, inclusive acumulando a apresentação do 'Programa da Tarde' em duas temporadas para poder pagar as contas. Só volto a TV quando me oferecerem algo que me deixe entusiasmado, feliz. Bullying como este, nunca mais".
Carelli atualmente dirige o reality "Power Couple", na Record. Procurado pelo blog, ele disse que não tem nada a comentar sobre o assunto.
Atualizado em 14/2.
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Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
Contato: mauriciostycer@uol.com.br
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