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Imprevisível e divertida, Heloisa marcou a “Fazenda” com críticas a Record

Mauricio Stycer

03/02/2017 17h26

Exibida em 2014, a sétima edição da "Fazenda" foi, possivelmente, a que reuniu o elenco com maior talento para criar confusão na história do reality show da Record. Para quem não se lembra, ela contou com Diego Cristo e Lorena Bueri, que brigaram até com os animais e as árvores da fazenda. Teve Felipeh Campos falando barbaridades dia sim, dia sim. Contou ainda com Oscar Maroni, dono do Bahamas, que tomou banho nu e revelou ter se prostituído algumas vezes na vida. Sem esquecer do ex-Menudo Roy, que foi tirado no meio da edição para acertar contas com a polícia, voltou e pregou o Evangelho entre os demais participantes.

Em meio a este elenco da pesada, Heloisa Faissol, encontrada morta nesta sexta-feira (03), conseguiu se destacar por ser a mais imprevisível das pessoas confinadas. Seu humor oscilava muito, bem como a sua disposição para participar do jogo. Alternava momentos de completo isolamento com outros em que mostrava grande sagacidade e língua afiada.

Apresentada pela Record no primeiro dia como "cantora de funk" e "socialite", Heloisa se mostrou autêntica, sem preocupação com o impacto de suas palavras – ainda que eventualmente confusa. Uma noite, reclamando da qualidade da cerveja, trocou o nome do diretor do programa, Rodrigo Carelli, pelo do sobrinho de Edir Macedo, hoje prefeito do Rio, Marcelo Crivella: "Já basta o Crivella que serve uma cerveja de quinta e a Record é uma emissora rica", disse.

Um comentário seu ajudou a tirar o búfalo da "Fazenda". "Acho um absurdo colocarem um animal assim pra gente cuidar. Eu não vou cuidar desse bicho. A Record não pode colocar a gente pra arriscar a vida por causa de um bicho. É muita responsabilidade. E se ficarmos ruim da coluna, vão pagar pra gente [tratamento médico]? É um preço que não tem dinheiro que pague. Uma chifrada pode furar", disse, levando a emissora a eliminar o animal do jogo.

Numa semana em que foi fazendeira, Heloisa se irritou quando a Record interrompeu o fornecimento de bebida numa festa e sugeriu que os peões fizessem "uma caipirinha com álcool em gel", o que fez os outros participantes rirem muito. "Pode ir, eu autorizo", brincou. Em seguida, mostrou preocupação com o que sua mãe estaria pensando sobre seu comportamento. "Minha mãe queria que eu fosse uma lady", disse.

Ao se classificar para a final da "Fazenda" (acabou em terceiro lugar), ela disse: "Minha família não queria que eu entrasse [no programa], já que eu estava em uma fase descontrolada. Se eu cheguei à final é sinal que algumas pessoas gostaram de mim".

Escrevi sobre ela na reta final, quando todos os candidatos mais polêmicos já haviam sido eliminados: "É curioso observar como os sobreviventes nesta reta final, em sua maioria, não serão lembrados por nada de especial. Uma das exceções é Heloisa, candidata com personalidade forte e, muitas vezes, divertida". Vai deixar saudades.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

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