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Enquanto todas as novelas caem, Ibope de “Terra Prometida” cresce no Natal

Mauricio Stycer

27/12/2016 05h01

Entre as várias tradições de Natal e Ano Novo, uma que desagrada bastante às emissoras de televisão é ver que muitos espectadores costumam desligar o aparelho nesta época do ano. Com o número de ligados mais baixo, este é normalmente um período de baixas audiências, em todos os canais, em todos os horários.

A semana que antecedeu o Natal de 2016 confirmou esta regra. Recordes negativos e números decepcionantes foram registrados em todas as emissoras, em São Paulo.

No caso das principais novelas da Globo, SBT e Record um fato muito curioso ocorreu. "A Lei do Amor" marcou a pior média semanal desde a estreia, no início de outubro – 22,96 pontos. "Carinha de Anjo", igualmente, registrou a sua pior média semanal desde que foi ao ar, em meados de novembro – 10,26 pontos. Já "A Terra Prometida" cresceu. A média desta última semana, 14,32 pontos, é a melhor alcançada pela novela desde a semana de 14 a 18 de novembro, quando registrou 14,52.

O que explica isso? Marcelo Silva, vice-presidente artístico e de produção da Record, arrisca algumas razões. A primeira, o fato de "A Terra Prometida" já ser a terceira novela bíblica no horário das 20h30 (considerando as duas partes de "Os Dez Mandamentos"). "O público demonstra que aceitou a ideia que escolhemos para contar histórias bíblicas, com um formato que desenvolve passagens marcantes da mais popular publicação do mundo", disse ao UOL.

Em segundo lugar, o executivo credita os números crescentes de audiência a uma movimentação maior na trama de Renato Modesto: "Nos últimos capítulos os hebreus foram derrotados (imagem no alto), puniram severamente um traidor e a vilã Samara (ao lado) provocou a morte do homem ao qual tinha prometido casamento. Ou seja, a história está cheia de grandes acontecimentos", observa.

Por fim, Marcelo Silva reforça a opinião de que a novela conquistou uma audiência fiel, que não desgruda da televisão em tempo nenhum. "Mantivemos o horário, acumulamos experiências e estamos com uma história cheia de grandes emoções. E o público se acostumou com o horário".

No ar desde o início de julho, ao longo de 25 semanas, a novela acumula uma média de audiência, até o momento, de 14,41 pontos.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

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