Especial vê avanço no tratamento da Aids e experiências de quem tem o vírus
Mauricio Stycer
26/11/2016 06h01
Dirigido pelo jornalista Dario Menezes (imagem ao lado), o programa se equilibra em dois eixos igualmente interessantes. De um lado, a visão de médicos infectologistas sobre os problemas atuais da doença e, de outro, a experiência de pessoas que encaram o desafio de ter uma vida bacana convivendo com o vírus no corpo.
O programa de intitula "35/20 – Do Pânico a Esperança" justamente para enfatizar a "revolução", como diz Drauzio Varella, causada a partir de 1995 pelo uso de inibidores de protease – o tal coquetel antiviral – no tratamento dos doentes.
"Seguramente, tratamento de HIV deve ser a área que mais progrediu em toda a medicina", diz o infectologista Mauro Schechter. "Transformou-se uma infecção universalmente fatal numa coisa tratável. Uma pessoa que se trate adequadamente viverá o mesmo que uma pessoa sem HIV. A pessoa não fica curada. Tem que se tratar o resto da vida", observa.
Em outro depoimento, Drauzio acrescenta: "Um dos grandes problemas que temos atualmente é uma ilusão, que foi transmitida para a população, de que a Aids é um problema resolvido. Aids não é um problema resolvido"
Segundo dados da Unaids, ligado à ONU, 78 milhões de pessoas foram infectadas nestes 35 anos de epidemia – 39 milhões morreram. Hoje, cerca de 35 milhões são portadores e mais da metade não sabe. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, há 800 mil pessoas infectadas e cerca de 11 mil mortes por ano. "É um problema muito distante de ser resolvido", lembra Drauzio.
Por outro lado, como mostra o especial de 49 minutos, ser portador do vírus da Aids não é mais uma sentença de morte. Muito pelo contrário. Dario Menezes é muito feliz no programa ao recolher uma série de depoimentos de pessoas conscientes da doença, mas decididas a seguir em frente, com a ajuda dos medicamentos, e viver da melhor maneira possível.
"35/20 – Do Pânico a Esperança" será reapresentado na próxima quinta-feira, 1º de dezembro, Dia Mundial de Luta Contra a Aids.
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
Contato: mauriciostycer@uol.com.br
Sobre o blog
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