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Por que o Emmy Internacional não é, como diz a Globo, o Oscar da TV mundial

Mauricio Stycer

21/11/2016 13h47


Qualquer que seja o resultado do Emmy Internacional, que vai ser anunciado nesta segunda-feira (21), convém esclarecer que, diferentemente do que sempre diz a Globo, não se trata "do Oscar da TV mundial".

O Oscar é dado pela Academia de Cinema, que hoje conta com cerca de 6,2 mil integrantes. Cada jurado vota nas categorias relacionadas à sua especialidade. Atores votam em atores, diretores em diretores, técnicos de som em técnicos de som e assim por diante. Todos podem votar na categoria de melhor filme. A votação é organizada e auditada por uma empresa especializada.

O Emmy, principal prêmio da indústria de TV americana, oferecido pela Academia de Televisão, tem um processo parecido. São cerca de 18 mil integrantes, que votam nas categorias diretamente ligadas às suas especialidades e, também, podem escolher os prêmios de "melhor programa".

Já o Emmy Internacional é escolhido, segundo a organização, por 600 pessoas, ao longo de um processo sobre o qual há bem pouca informação (veja aqui, em inglês). Uma primeira fase acolhe as inscrições. Depois, ocorrem reuniões na sede das empresas que participam da organização. É a chamada "semifinal". Este ano foram 27 reuniões, uma delas na Globo. A final se dá em setembro, os indicados são anunciados em outubro e o prêmio é revelado no final de novembro.

Um "Oscar da TV mundial", como repete a Globo, precisaria ter uma amplitude muito maior. A lista dos 27 "hóspedes" dos júris da semifinal (veja aqui) mostra que alguns importantes produtores participam do prêmio, mas está muito longe de refletir a quantidade e a variedade da produção de televisão realizada hoje no planeta.

Este ano, o Brasil lidera as disputas ao prêmio com sete indicações, seguido pelo Reino Unido, com seis. Entre os indicados estão Grazi Massafera e Alexandre Nero, por seus trabalhos em "Verdades Secretas" (Walcyr Carrasco) e a "A Regra do Jogo" (João Emanuel Carneiro), cujos autores também concorrem à estatueta. Estão igualmente na disputa o novo "Zorra", a minissérie "Os Experientes" e o reality-show "Adotada", da MTV.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

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