Silvio Santos manda principal telejornal do SBT exibir as horas na tela
Mauricio Stycer
08/11/2016 00h01
O público do "SBT Brasil" foi surpreendido na noite desta segunda-feira (07) com duas novidades na tela – um relógio analógico no canto inferior da tela e informações sobre a temperatura em algumas cidades no canto superior.
Por mais incrível que possa parecer, a ordem para que o principal telejornal do SBT incluísse estas duas novas ferramentas foi dada por Silvio Santos. O dono da emissora considera que hora e tempo são informações relevantes e, como ocorre no rádio, devem estar o tempo todo ao alcance do espectador.
Alguns telejornais da emissora, como o "Primeiro Impacto", já exibiam a hora por meio de um pequeno relógio digital, fixo no canto da tela. Mas Silvio Santos quer que todos utilizem, a partir de agora, o mesmo exibido pelo "SBT Brasil".
Útil ou não num telejornal noturno, isso é o que menos importa no caso. O reloginho foi assunto dentro do SBT pelo fato de mostrar o tipo de preocupação que Silvio Santos tem com o jornalismo da emissora. Ele nunca interfere em conteúdos dos telejornais, mas frequentemente dá sinais de falta de consideração com a área.
Exemplos recentes não faltam – desde ignorar a cobertura da votação do impeachment na Câmara dos Deputados até a escalação de um garoto de 18 anos para apresentar o "Primeiro Impacto".
A decisão de colocar um novo telejornal nas madrugadas, o "SBT Notícias", lançado em setembro, também causou espanto. Sem equipe e material suficiente para exibir durante algumas horas, o programa recorre a reprises com excessiva frequência.
Na madrugada desta segunda-feira (6), por exemplo, o "Conexão Repórter" foi exibido duas vezes – a versão original, partir de 0h, e uma versão reeditada, algumas horas depois.
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Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
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