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Novela brasileira de 1998 previu Hillary Clinton como presidente dos EUA

Mauricio Stycer

16/10/2016 06h01

Um clássico de Manoel Carlos, "Por Amor" (1997-98) foi a segunda das três novelas em que Regina Duarte viveu a protagonista Helena (as outras duas foram "Histórias de Amor", em 1995, e "Páginas da Vida", em 2006).

Como em outras novelas do autor, a trama mostrou a realidade da classe média carioca ao som de Tom Jobim. O pesquisador Nilson Xavier lembra que a novela também tratou de temas como alcoolismo, preconceito racial, bissexualidade, jogo do bicho, troca de bebês, misturou classes sociais e colocou os emergentes no cenário nacional.

Antagonista da história, a esnobe Branca (Susana Vieira) era contra o amor que o filho Marcelo (Fabio Assunção) sentia pela filha de Helena, Maria Eduarda (Gabriela Duarte).

Tradição nas novelas de Manoel Carlos, "Por Amor" fazia referências ao noticiário da época. Leticia Dornelles, colaboradora do autor, se lembra de menções à visita de João Paulo 2º a Cuba, em 98, e à vitória de Gustavo Kuerten em Roland Garros, no ano anterior, por exemplo.

Como se pode ver na cena acima, a tentativa de impeachment sofrida pelo então presidente americano Bill Clinton por conta do caso que manteve com a estagiária Monica Lewinsky também foi tema da novela.

Casada com o milionário Arnaldo (Carlos Eduardo Dolabella), Branca é irônica e cruel ao levantar o assunto. "O que está salvando este homem é o apoio da mulher", diz ela, em uma conversa cheia de referências ao próprio casal. "Ela (Hillary) não está pensando no marido dela, não. Ela está pensando nela. Ela vai sair candidata, você vai ver. E se as coisas continuarem como estão, ela vai ser a primeira presidente mulher dos Estados Unidos".

No próximo dia 8 de novembro, 18 anos depois, Hillary Clinton terá a chance de confirmar a previsão de Branca.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.


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