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"A Lei do Amor" teve prólogo de cinco capítulos por causa de uma única cena

Mauricio Stycer

07/10/2016 21h59

De 2011 para cá, de "Fina Estampa" à "A Lei do Amor", a Globo exibiu dez novelas no horário das 21h – e sete delas utilizaram algum tipo de prólogo nos capítulos iniciais.

O recurso, que vem do teatro clássico, tem a função de apresentar os principais personagens e explicar as origens dos conflitos que ocorrerão no desenrolar da trama.

O de "A Lei do Amor" terminou nesta sexta-feira (07), quando a novela deu um salto de 20 anos. A partir de agora, e até o fim, a história vai se passar nos dias atuais. Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari, porém, não foram muito felizes nesta introdução.

Os primeiros quatro capítulos da novela giraram quase que exclusivamente em torno de uma única situação – o amor de Helô (Isabelle Drummond) e Pedro (Chay Suede) e os esforços do pai e da madrasta dele, Fausto (Tarcisio Meira) e Magnólia (Vera Holtz), para separá-los.

Sem muita preocupação em construírem situações críveis, os autores apelaram, sem nenhuma sutileza, aos clichês mais óbvios e conhecidos para chegar à cena que encerrou o capítulo de quinta-feira (06) e abriu o de sexta: o flagrante forjado por Magnólia, que levou Helô a ver Pedro nos braços (imagem no alto) de Suzana (Gabriela Duarte).

Foi um prólogo preguiçoso e pouco criativo, bem diferente de alguns outros que o espectador assistiu nos últimos anos. Cito, por exemplo, a introdução vertiginosa de "Avenida Brasil", a abertura de "Em Família", tão boa que podia ter sido uma minissérie, ou a de "Império", com um elenco de alto nível, que curiosamente revelou Chay Suede (relembre no álbum abaixo os prólogos das últimas sete novelas).

Maria Adelaide e Villari, enfim, não investiram muito esforço neste início de "A Lei do Amor". Espero que agora, tendo começado de fato, a novela seja mais convincente.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

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