Marcelo Adnet sonha em parceria Globo-SBT para refazer "Chaves"
Mauricio Stycer
17/02/2016 05h01
Exibido entre o final de 2015 e o início deste ano, o remake da "Escolinha do Professor Raimundo" mexeu com a imaginação de Marcelo Adnet, que viveu Rolando Lero no programa.
A ideia de escalar um grupo de atores da nova geração para viver personagens imortalizados por atores mais velhos, muitos deles já falecidos, inspira o humorista a sonhar com um outro projeto, ainda mais ousado: o remake de "Chaves".
"A Globo tinha que fazer uma parceria com o SBT, que não tem elenco para isso. A Globo cede os atores e o programa passa nas duas emissoras", propõe.
O SBT exibe os mesmos episódios de "Chaves" há mais de 30 anos. O seriado sempre garantiu uma boa audiência à emissora, mesmo mudando de horário sem maiores avisos ao público. Desde o final de janeiro deste ano, "Chaves" deixou de ter exibição diária – só vai ao ar, atualmente, aos sábados e domingos.
Adnet está no ar, até abril, com a terceira temporada do "Tá no Ar". Ainda que o projeto de um "Chaves" em parceria com o SBT seja apenas um sonho distante, o programa da Globo conseguiu algo considerado muito difícil este ano – uma participação especial de Carlos Alberto de Nóbrega, autorizado por Silvio Santos.
O maior ídolo de Adnet na TV, não precisa dizer, é Silvio Santos: "Ele é tudo ao mesmo tempo. É mito, referência, empresário, apresentador, é carismático, é popular." Outra admiração, mais recente, é Galvão Bueno: "Acho que entendi o Galvão. Vendo um jogo narrado pelo Galvão você ouve coisas únicas."
Uma curiosidade sobre o personagem "Militante Revoltado", que interpreta no "Tá No Ar". Ele foi inspirado por um amigo, Carlinhos, produtor de teatro. "Uma vez, numa mesa de bar, ele brincou falando daquele jeito." O ator gosta muito do personagem. "É um tipo complexo. É uma crítica, mas não é".
No segundo semestre, Adnet deve comandar um talk-show semanal na Globo.
Em tempo: O ator me falou do sonho de refazer "Chaves" durante uma longa conversa que tivemos em dezembro de 2015 para a realização de uma reportagem publicada em janeiro pela revista Serafina, da Folha:
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Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
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