Apesar dos erros da Record, reprise de "Rei Davi" segurou o segundo lugar
Mauricio Stycer
15/01/2016 05h01
Muito maior do que o previsto, o sucesso de "Os Dez Mandamentos" deixou exposta a falta de planejamento da Record. Como você deve se lembrar, a emissora chegou a exibir chamadas anunciando "A Escrava Mãe" como substituta da novela bíblica, mas desistiu no meio do caminho e optou por reprisar minisséries bíblicas no horário das 20h30 até uma segunda temporada de "Os Dez Mandamentos" ficar pronta.
Exibida entre março e novembro de 2015, a novela bíblica registrou média final de 16 pontos no Ibope, em São Paulo. Nas últimas semanas, chegou a 24. Ao estrear "Rei Davi" em 16 de novembro, a Record sabia que ia perder parte do público conquistado nos meses anteriores. E a perda, de fato, ocorreu. Mas nem tudo foi ruim para a emissora.
Próximo do último capítulo da minissérie bíblica, que será exibido nesta segunda-feira, 18, é possível dizer que a estratégia foi bem-sucedida em um aspecto particular: a luta pela vice-liderança. Ao longo de todo o período de exibição de "Rei Davi", até a última quinta-feira (14), em nenhuma noite o SBT conseguiu retomar o segundo lugar com a novela "Cúmplices de um Resgate".
No dia 23 de novembro, noite em que foi exibido o último capítulo de "Os Dez Mandamentos", "Rei Davi" registrou o seu recorde, com 19 pontos. Depois foi caindo até se estabilizar em uma média de 12 pontos. Deve terminar com esta média contra 10 do SBT no horário.
Na primeira vez em que foi exibida, no início de 2012, "Rei Davi" alcançou um resultado muito semelhante, em torno de 12 pontos de média. Reprisada no final daquele mesmo ano, a audiência caiu bastante, para 6 pontos.
Desde a última segunda-feira (11), a Record vem exibindo também "José do Egito". A partir de terça (19), esta minissérie ocupa sozinha o horário nobre.
Reveja uma cena clássica da história de Davi, o seu confronto com Golias:
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Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
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