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Frouxa, trama policial de A Regra do Jogo esquece 6 mortos e terá mais um

Mauricio Stycer

08/12/2015 05h01

Spoilers divulgados nesta segunda-feira (07) dão conta de que nos próximos capítulos de "A Regra do Jogo" Orlando (Du Moscovis) vai matar um capanga da facção, acusado de traição. É um personagem sem nome, o Ruivo (vivido por Germano Pereira), que fingiu ser marido de Lara (Carolina Dieckmann) para enganar Dante (Marco Pigossi).

Em menos de 90 capítulos, será o sétimo assassinato na novela. O número não é alto em uma trama policial como "A Regra do Jogo". O problema é que os outros seis crimes foram totalmente esquecidos. Nenhum personagem se lembra deles – nem a polícia, nem a tal facção, nem os parentes dos mortos.

Os primeiros a morrer, em uma trama armada por Romero, foram o criminoso Dênis (Amauri Oliveira), que resolveu entregar segredos da facção, e o jornalista Dário (Alcemar Vieira), amigo do ex-vereador. Depois foi a mãe de Romero, Djanira (Cassia Kis), assassinada em meio a um tiroteio no Morro da Macaca, sem que os espectadores saibam, até agora, quem atirou.

Quem morreu em seguida, a mando da facção, foi Sueli (Paula Burlamaqui), amiga de Atena (Giovanna Antonelli). Outro integrante da facção, Paturi (Glicério do Rosário) também foi morto sob a acusação de entregar segredos da organização. E, por fim, o delegado Faustini (Ricardo Pereira) perdeu a vida por descobrir alguns segredos do grupo de criminosos.

Pelo menos dois destes crimes, o do jornalista e o do delegado, não seriam esquecidos da forma como ocorreu em "A Regra do Jogo". Em ambas as situações, haveria enorme pressão da imprensa e da corporação policial para a investigação dos casos.

Toda a situação que levou Faustini à morte mostra bem como a trama policial de "A Regra do Jogo" é frouxa, mal desenvolvida e frustrante para quem é fã do gênero.

Com Dante, o policial mais ingênuo da polícia brasileira, fora de combate, o delegado resolveu investigar a facção por conta própria, sem tomar nenhuma precaução. Ele deu ouvidos a Juliano (Cauã Reymond) e conseguiu prender o Tio (Jackson Antunes).

Descobriu segredos, coletou documentos e resolveu confrontar outros criminosos com a cara e a coragem. Seu único confidente, o policial Guerra (Maksin Oliveira), revelou-se um infiltrado da organização criminosa. Assim, esbanjando ingenuidade, Faustini acabou enredado pelo grupo e foi assassinado.

Em defesa do autor, João Emanuel Carneiro, pode-se argumentar que o amadorismo de Faustini é uma crítica à ineficiência da polícia brasileira. Pode ser. Mas hoje em dia, tendo à disposição tantas séries policiais de qualidade na TV, é difícil para o espectador engolir uma trama tão mal costurada. "Vitória na guerra".

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

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Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.


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