Clima entre Record e SBT também está ruim nos bastidores
Mauricio Stycer
17/10/2015 05h01
O veto à participação de Xuxa no Teleton é um sinal claro de como o clima entre SBT e Record está pesado. Diferentemente da impressão que pode ter dado a visita de Silvio Santos ao Templo de Salomão, ciceroneado por Edir Macedo, as duas emissoras vivem um momento de competição feroz.
Os excelentes resultados de "Os Dez Mandamentos" deram um impulso à Record, ajudando a elevar a média geral de audiência da emissora. Depois de 15 meses como vice-líder isolado no Painel Nacional de Televisão (PNT), o SBT dividiu o posto com a concorrente em setembro, ambas com média de 5,3 pontos. O PNT consolida a audiência de 15 centros urbanos e cada ponto equivale a 234 mil domicílios.
Um sinal do clima ruim entre Record e SBT não chega a ser visível para o público, em geral, mas apenas para os jornalistas que acompanham a área. Ambas as emissoras diariamente divulgam, por e-mail, seus melhores resultados de audiência. Nas últimas semanas, os termos usados nestas mensagens assumiram, dos dois lados, um claro tom de provocação.
Quando as novelas vespertinas do SBT superam o "Cidade Alerta", a assessoria de imprensa da emissora se refere à atração comandada por Marcelo Rezende como "o programa de jornalismo policialesco da emissora terceira colocada".
Já a Record, ao falar de um bom resultado da "Fazenda", tripudia da rival, afirmando que o reality "deixa terceira colocada na roça".
As ironias da Record também se dirigem à Globo. Nesta sexta-feira (16), ao festejar mais um bom resultado de sua novela bíblica, o texto dizia que "Os Dez Mandamentos mantém o reinado e fica em primeiro lugar por 33 minutos".
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Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
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