Jurados do “The Voice” combinam votos durante apresentações dos candidatos
Mauricio Stycer
16/10/2015 01h31
Vinte segundos depois, Claudia Leitte coloca a sua mão ao lado do alarme que, se tocado, significa a sua aprovação. Mas ela ainda está em dúvida. Carlinhos Brown, então, sentado na outra extremidade faz um gesto, com os dois polegares para cima, estimulando Claudia a aprovar Camila, o que ela faz cinco segundos depois. No momento em que a sua cadeira gira, em direção ao palco, ela aponta para Brown, como que dizendo que ele foi o responsável pela decisão.
Esta cena está se tornando cada vez mais corriqueira no concurso musical exibido pela Globo. Tem-se a impressão que os técnicos estão escolhendo em grupo. Às vezes, a troca de olhares e gestos parece ser no sentido de que pelo menos um deles aprove determinado candidato.
Em outras situações, a impressão é que um técnico busca a aprovação dos demais para a sua decisão. E, também, em alguns casos, eles decidem aprovar em conjunto um mesmo candidato.
Estas combinações de votos são feitas abertamente, e mostradas pelas câmeras, naturalmente. Durante a apresentação de Adna Souza, escondida atrás da cortina, os quatro conversaram durante toda a apresentação. A certa altura, Brown falou para Teló: "Vai!". Momentos depois, Teló disse: "Vamos todos!" Lulu confirmou: "Vamos os quatro!" O que ocorreu de forma sincronizada.
Com algumas exceções, como a decisão de Carlinhos Brown em aprovar Matheus Zuck, os quatro técnicos do "The Voice" parecem cada vez menos espontâneos e/ou inseguros em tomar decisões, o que tira muito da graça do programa.
Veja também
. Sincero ao estrear no "The Voice", Michel Teló diz que sertanejo "apelou"
. "The Voice" erra ao misturar músicos amadores com profissionais consagrados
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
Contato: mauriciostycer@uol.com.br
Sobre o blog
Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.