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Band errou ao não explicar ao público que a final já estava gravada

Mauricio Stycer

16/09/2015 05h01

Assim que Ana Paula Padrão apareceu, ao vivo, no início da transmissão da final do "MasterChef", nesta terça-feira (15), os espectadores mais atentos logo notaram que ela vestia a mesma roupa usada uma semana antes, na semifinal do programa.

A confusão na cabeça do público aumentou quando a apresentadora e os três jurados, Paola Carosella, Erick Jacquin e Henrique Fogaça, assim como os dois finalistas, Izabel e Raul, sumiram da área "ao vivo" e reapareceram dentro do estúdio, usando a mesma roupa, em um segmento gravado anteriormente.

O que aconteceu? Simples, mas não explicado pela Band. A semifinal, na qual a chinesa Jiang foi eliminada, e a final, vencida por Izabel, foram gravadas em um mesmo dia, meses atrás. A ideia inicial seria exibir os três finalistas num mesmo programa.

Foi assim na final da primeira edição, em 2014. Na primeira prova, o eliminado foi Luis. E Elisa venceu Helena na disputa derradeira (naquela prova em que foi ajudada pelo pai). Todas as provas já haviam sido gravadas – só o resultado foi anunciado ao vivo.

Naquela ocasião, Helena usou uma bota ortopédica no trecho ao vivo apenas por uma questão de continuidade já que ela não estava mais com o problema no pé da época em que a final foi gravada.

Provavelmente a ideia de dividir a final de 2015 em dois programas surgiu bem depois da gravação, quando o departamento comercial da Band visualizou o potencial comercial do evento.

Tudo bem. Mas bastava a emissora ter informado o público sobre o fato assim que começou a final. Assim, seria possível compreender porque Ana Paula, os três jurados e os dois finalistas usavam a mesma roupa que a exibida no programa da semana anterior.

Também confundiu o público a oscilação entre o que já estava gravado e o que acontecia na hora – no início, a Band demorou a tirar o selo de "ao vivo" da tela quando passou a exibir cenas previamente gravadas.

Basicamente, só a abertura e o anúncio do resultado final foram ao vivo, além das cenas exibidas com uma plateia numa arquibancada e a ação comercial de uma bancada de "tuiteiros" famosos sob o comando de Preta Gil.

Além deste ruído, a final foi decepcionante. A prova entre Izabel e Raul, apesar de difícil, não teve maior emoção. O trio de jurados, sempre abusado, exibiu uma rara timidez ao longo da noite. Os três foram homenageados com VTs supostamente engraçados, sem graça alguma. Pais, parentes e candidatos eliminados, que assistiram a prova, não acrescentaram nada.

Curiosamente, o que faltou de cobertura ao vivo no programa teve de sobra no "Jornal da Noite", iniciado logo depois de encerrado o "MasterChef".

Para a Band, valeu a boa audiência, a enorme repercussão do programa no Twitter e, especialmente, o excelente resultado comercial da edição — uma verdadeira dádiva em 2015.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

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Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.


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