Sob a sombra de Hebe, Xuxa e Galisteu disputam audiência na mesma noite
Mauricio Stycer
01/09/2015 09h01
Como se sabe hoje, foi uma previsão totalmente furada. Mas, na época, muita gente acreditou que Hebe tinha razão. Pior, tenho a impressão que até Adriane Galisteu levou a sério as palavras da "madrinha" e imaginou que poderia ocupar o seu lugar um dia. O tempo tratou de mostrar que era apenas um sonho.
Esse assunto parecia morto e enterrado, até que o SBT anunciou a presença de Galisteu no "Máquina da Fama" nesta segunda-feira (31), caracterizada justamente como Hebe Camargo. Há várias ironias nesta história.
O programa apresentado por Patrícia Abravanel vai ao ar justamente no horário em que a Record exibe, desde o dia 17, o "Programa Xuxa Meneghel". Há duas semanas, na estreia de Xuxa, Patrícia se fantasiou de "rainha dos baixinhos" para cantar "Ilariê". Não foi, evidentemente, uma escolha aleatória. O SBT chamou de "homenagem", mas teve mais jeito de provocação mesmo.
Fora isso, como é do conhecimento geral, existe uma forte rivalidade entre Xuxa e Galisteu pelo fato de ambas terem namorado Ayrton Senna (1960-1994). Entre os fãs e a família do piloto chegou a haver um "Fla-Flu" a respeito de qual das duas loiras merecia o título de "viúva" de Senna.
Por tudo isso, é digno de nota a televisão mostrar numa mesma noite, praticamente no mesmo horário, Xuxa e Galisteu sob a sombra de Hebe.
A verdade é que Hebe não deixou sucessora alguma, até porque as qualidades que fizeram dela uma apresentadora de sucesso não se transmitem de uma pessoa para outra. São qualidades naturais, como carisma, espontaneidade, capacidade de se comunicar de forma coloquial etc. Ou você tem ou não tem.
Em tempo: Segundo o Ibope, em São Paulo, o "Programa Xuxa Meneghel" registrou 5 pontos de média, ficando em terceiro lugar, atrás de Globo e SBT (cada ponto equivale a 67 mil domicílios). No confronto com o "Programa do Ratinho", Xuxa marcou 5,9 contra 8,7 do apresentador. Na disputa com o "Máquina da Fama", a apresentadora da Record registrou 4,7 contra 6,3.
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
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