Netflix anuncia produção da futurista “3%”, sua primeira série brasileira
Mauricio Stycer
05/08/2015 09h00
Presente no mercado brasileiro desde 2011, a Netflix vai anunciar nesta quarta-feira (05) o acerto para a produção de seu primeiro seriado integralmente feito no país. Trata-se de um thriller futurístico intitulado "3%", protagonizado por João Miguel e Bianca Comparato.
A série, com sete episódios, deve começar a ser gravada no início de 2016 com previsão de lançamento internacional no final do ano. A primeira temporada será dirigida por Cesar Charlone. Uruguaio radicado no Brasil, ele dirigiu "O Banheiro do Papa", mas é mais conhecido como diretor de fotografia ("Cidade de Deus", "Ensaio sobre a Cegueira", "O Jardineiro Fiel", todos de Fernando Meirelles).
"Estamos sempre buscando bons projetos e atentos ao que o público gosta. Vimos que existia uma demanda não atendida e '3%' se encaixa perfeitamente", diz Amanda Vidigal, gerente de comunicação da Netflix no Brasil. Questionada pelo blog sobre o custo da produção, ela disse que a empresa não informa o valor do investimento em suas séries.
Com roteiro de Pedro Aguilera, a série descreve um mundo devastado em que somente uma pequena parcela da população (os tais 3% do título) tem a chance de, superando um processo cruel, passar para o "lado melhor". "A série traz à tona questões sobre a dinâmica da sociedade que impõe constantes processos de seleção pelos quais todos nós temos que passar, gostemos ou não", diz Charlone no material de divulgação enviado pela Netflix.
A série é um projeto da Boutique Filmes, produtora fundada em 2013, ainda com poucas realizações em seu portfólio. "A história foi originalmente criada alguns anos atrás e é maravilhoso vê-la se transformar em uma série Original Netflix completamente nova", diz o produtor executivo Tiago Mello.
Em 2013, a Netflix lançou "A Toca", uma série em três episódios criada pela Parafernalha, de Felipe Neto. A empresa, porém, não considera esta uma produção sua, mas sim um conteúdo exclusivo licenciado por ela.
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Crédito das imagens: Montagem/Divulgação/TV Globo
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
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