Reality de funkeiras diverte e emociona com histórias reais
Mauricio Stycer
26/05/2015 08h01
Pegue cinco cantoras de funk do Rio e as coloque em uma cobertura em Copacabana, com vista para o mar. Para orientá-las, chame uma funkeira mais famosa e um produtor musical. Ligue as câmeras e filme tudo o que acontecer. É mais ou menos essa a premissa de "Lucky Ladies Brasil", reality que o canal pago Fox Life estreou nesta segunda-feira (25).
Quem esperava confusão e barracos neste primeiro episódio certamente se decepcionou. Com bastante sensibilidade, o programa preferiu tentar apresentar o ambiente que levou MC Carol, Mary Silvestre, Karol Ka, MC Sabrina e Mulher Filé a se transformarem no que são.
Fomos apresentados ao namorado ciumento de MC Carol, que a obrigou a mostrar as roupas que estava levando para o programa. Conhecemos os avós da Mulher Filé, que a criaram e choraram, enquanto almoçavam, ao se despedir dela. E outros tipos, como Sidinho, empresário de duas das funkeiras, bem como Leo, apresentado como "empresário e massagista".
Houve quem comparasse o reality com "Mulheres Ricas". Acho que não procede. Enquanto no programa da Band, milionárias ou mulheres querendo aparecer como ricas encenaram situações totalmente artificiais, "Lucky Ladies" tem um elenco de mulheres com histórias para contar. "Eu não sou só uma bunda. Sou uma mulher de personalidade. Sei o que quero", filosofou, por exemplo, a Mulher Filé.
No papel de treinadora e psicóloga das funkeiras, Tati Quebra-Barraco já mostrou a que veio, dando lições e ensinando. "Dançar um pouco menos e cantar um pouco mais", disse para uma delas.
O programa será exibido em 12 episódios e não oferece prêmios nem promove eliminações. A ideia é preparar as cinco cantoras para um show, ao lado da mentora, no final da série. Pelo que mostrou na estreia, "Lucky Ladies" poderia estar tranquilamente na TV aberta. Divertido, conta histórias emocionantes e é protagonizado por mulheres corajosas e desbocadas.
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Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
Contato: mauriciostycer@uol.com.br
Sobre o blog
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