“Jornal Nacional” muda para reforçar a aposta na informalidade
Mauricio Stycer
27/04/2015 23h35
A informalidade deste momento final foi apenas a cereja no bolo da edição de segunda-feira (27). O programa marcou a apresentação de um cenário reformado, novos recursos tecnológicos (em especial, um telão lateral maior) e movimentos de câmera originais no enquadramento de Bonner e Renata.
Mais do que tudo isso, porém, o que chamou mesmo a atenção foi a informalidade de Bonner e Renata. Em diferentes momentos, eles caminharam pelo cenário, entrevistaram correspondentes e até deram notícias em pé.
Estas novidades reforçam um movimento que já ocorre há alguns anos, no sentido de tornar o "Jornal Nacional" menos sisudo (sonolento?) e mais próximo do espectador.
A troca de olhares entre os apresentadores, iniciada ainda com Fátima Bernardes na bancada, já sinalizava este esforço de dar um ar de normalidade a quem lê as notícias, como que dizendo que eles são "gente como a gente".
E o conteúdo? Imagino que muitos estão se perguntando isso. Cada vez mais, como se sabe, a embalagem é um elemento tão ou mais fundamental. Em tempo de incessante fuga de audiência da TV aberta, manter o espectador preso diante da tela ouvindo notícias, muitas delas já vistas durante o dia na internet, é um desafio e tanto.
Resta ver se este esforço do JN, legítimo, vai ter sucesso.
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Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
Contato: mauriciostycer@uol.com.br
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