Faustão faz esforço para se renovar, mas novos quadros deixam a desejar
Mauricio Stycer
05/01/2015 09h01
O problema é que os dois novos quadros que marcaram a estreia da atração em 2015 deixaram muito a desejar.
O primeiro a ser exibido foi "Ding Dong", uma gincana musical na qual dois candidatos precisam adivinhar qual é a música após ouvir alguns acordes tocados por meio de som de campainha. Se acertam a canção, um cover do artista que a canta sai de trás de uma porta e interpreta um número musical.
Na estreia, Alexandre Borges e Mariana Rios duelaram. Quer dizer, a atriz adivinhou quase todas as músicas e o ator mostrou que seus conhecimentos musicais não estão muito afiados. Tudo pareceu tão improvisado quanto na gravação de um piloto (teste), não de um programa de verdade.
Além da falta de competição, muita gente enxergou no novo quadro semelhanças com um clássico do gênero, o "Qual é a música?", gincana exibida por Silvio Santos desde a década de 70. A surpresa com portas lembrou também outra atração do SBT, um quadro célebre apresentado por Sergio Mallandro nos anos 80, a "Porta dos Desesperados".
A segunda novidade foi um quadro chamado "Truque Vip". Quatro celebridades vão exibir, ao longo de quatro semanas, suas habilidades como mágicos. Treinados por especialistas, os atores Murilo Rosa e Fernanda Vasconcellos, o cantor Thiaguinho e a ex-jogadora Hortência exibiram seus truques para um júri formado por Marcos Frota, Sheron Menezzes e Tande.
Depois da mágica apresentada por Fernanda, Faustão perguntou a Frota: "O que mais te impressionou?" E ele: "A beleza da Fernandinha Vasconcelos." Já Sheron chegou a chorar depois do número de Hortência.
O "Domingão do Faustão", enfim, está de parabéns por começar o ano com novidades, mas podia caprichar um pouco mais. "Ding Dong" e "Truque Vip" ainda precisam melhorar muito para serem chamados de boa diversão.
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Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
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