Briga de mulheres em "Império" lembra famosa cena de "Celebridade"
Mauricio Stycer
21/11/2014 20h42
No momento em que a cena foi ao ar, fãs saudosos de "Celebridade", no Twitter, consideraram que houve uma "cópia". Não acredito. Aguinaldo Silva pode até ter se inspirado ou homenageado Gilberto Braga, que já escreveu inúmeras cenas de brigas de mulheres em novela.
Em "Tieta" (1989), uma das personagens mais famosas do autor, Perpétua (Joana Fomm), protagonizou algumas cenas de brigas do gênero. Na mais lembrada, no último capítulo, parte para cima da protagonista (Betty Faria), mas é surpreendida quando Tieta arranca a sua peruca e revela que a beata é careca.
Em "Duas Caras" (2007), o autor colocou as mesmas atrizes em situação de antagonismo e escreveu uma cena de briga com tintas cômicas para Célia Mara (Renata Sorrah) e Branca (Susana Vieira). Na mesma novela, Maria Paula (Marjorie Estiano) se cansou das maldades Silvia (Aline Moraes) e a encheu de sopapos.
Agora em "Império", antes mesmo da surra que Juju Popular aplicou em Carmen, mulheres já haviam saído no tapa. O pugilato tem sido rotina desde a entrada em cena de Amanda (Adriana Birolli), que odeia Danielle (Maria Ribeiro) e cobiça o seu marido, José Pedro (Caio Blat). Além de se ofenderem em todas as refeições, as duas frequentemente se enfrentam na mão mesmo.
Outros autores
Briga de mulher é um dos clichês mais recorrentes da telenovela. Gilberto Braga, Gloria Perez e João Emanuel Carneiro, para ficar apenas em três autores do horário nobre, também adoram mostrar duas personagens se estapeando.
Mais recentemente, em "Salve Jorge" (2013), a autora presenteou o público com uma dezena de cenas de brigas entre personagens femininas. Só Morena (Nanda Costa) teve seis cenas no total, a mais esperada a surra que deu em Livia Marini (Claudia Raia).
Este texto foi publicado originalmente no UOL Televisão.
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
Contato: mauriciostycer@uol.com.br
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