Um mesmo drama e um personagem com nome igual nas três novelas da Globo
Mauricio Stycer
31/10/2014 05h01
Laura (Nathalia Dill), protagonista de "Alto Astral", a novela das 19h30 que estreia na próxima segunda-feira (03), foi abandonada pela mãe quando era bebê e é obcecada pela ideia de descobrir quem ela era. Com essa história, agora, as três novelas da Globo vão explorar um mesmo clichê do folhetim: a dúvida sobre a verdadeira origem dos pais.
Há ainda um complicador nesta história. No passado, Beatriz traiu Elísio com Paulo (Caco Ciocler), que suspeita ser o verdadeiro pai de Vitória. Como a novela se passa em 1978, quando ainda não havia testes de DNA confiáveis, a solução do mistério segue em aberto.
Na última quinta-feira (30), José Alfredo aceitou fazer um teste de DNA para esclarecer o assunto, o que motivou o restante de sua família a planejar um golpe para destituí-lo do comando da empresa.
Outra coincidência a unir as três novelas é o nome de um personagem: Vicente. Em "Boogie Oogie", ele é um aposentado rabugento, vivido por Francisco Cuoco, pai da aeromoça Inês (Deborah Secco). Em "Alto Astral", ele também é um aposentado, mas descrito na sinopse como um "gentleman". Vivido por Otavio Augusto, é avô da protagonista Laura. Já em "Império", ele é o chef de cozinha do restaurante da novela,
A Globo inaugurou em 2014 um fórum interno dedicado a teledramaturgia, comandado por Silvio de Abreu. É neste espaço que já estão sendo avaliados novos projetos de ficção. Decisões importantes, relacionadas às novelas que irão ao ar nos próximos anos na emissora, já foram tomadas. Se o fórum se dedicar, também, a uma análise mais cuidadosa das sinopses, poderá, no futuro, evitar repetições como estas que descrevi.
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
Contato: mauriciostycer@uol.com.br
Sobre o blog
Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.