Final de “O Rebu” tratou o público como adulto e expôs qualidade da trama
Mauricio Stycer
14/09/2014 05h01
Já tinha escrito um texto defendendo o que foi muito bom e o que não funcionou, na minha opinião, em "O Rebu". Gostaria de acrescentar dois pontos que me impressionaram positivamente no último capítulo, exibido na noite de sexta-feira (12).
1. A solução do mistério revelou uma trama engenhosa, com vários desdobramentos inesperados. Também achei ousado deixar o destino de alguns personagens em aberto e encerrar a história com o assassinato da protagonista, a empresária Ângela Mahler (Patrícia Pillar). Os autores da história, George Moura e Sergio Goldenberg, trataram os espectadores como adultos, o que não é muito comum na teledramaturgia da Globo.
2. Exposta a conclusão da história, chama a atenção como foram bem construídas pelos autores e pela direção as personagens de Ângela e Duda (Sophie Charlotte). Como a morte de Bruno ocorreu no meio da festa, elas viveram boa parte da história dissimulando e fingindo. Ao rever cenas dos primeiros capítulos, já sabendo do desfecho da trama, salta aos olhos, igualmente, a qualidade do trabalho das atrizes.
Veja também
Em "O Rebu", Ângela é a assassina de Bruno e morre no final
"O Rebu" é a novela das 23h da Globo com pior resultado
Nilson Xavier "O Rebu" não agradou a todos, mas trouxe prestígio à Globo
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
Contato: mauriciostycer@uol.com.br
Sobre o blog
Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.