“A Grande Família” tem final brilhante com homenagem ao elenco
Mauricio Stycer
12/09/2014 00h53
Os roteiristas de "A Grande Família" encontraram uma linda solução para concluir a série. No último episódio, exibido na noite de quinta-feira (11), a Rede Globo decide produzir um seriado baseado na vida da família Silva. Atores famosos são chamados para interpretar os personagens da série.
Tony Ramos é apresentado a Lineu (Marco Nanini) e passa a imitá-lo. Gloria Pires encarna Nenê (Marieta Severo), e assim por diante. Daniel Filho é chamado para dirigir o episódio e, irritado com Agostinho (Pedro Cardoso), decide excluí-lo da série.
Esse exercício de metalinguagem teve um propósito principal: deixar claro que nenhum ator seria capaz de dar conta da tarefa tão bem quanto os profissionais que encarnaram os personagens de "A Grande Família" por 14 temporadas.
No caso de Tonico Pereira, o Mendonça, a homenagem foi explícita. Tony Ramos disse ao personagem que só Tonico Pereira poderia interpretá-lo.
Foram várias as cenas emocionantes neste episódio final. Lineu (Nanini) sendo convencido por Tony Ramos que a sua família merecia uma série de TV. Andrea Beltrão (Marilda) se reencontrando com Nenê (Marieta Severo). Lucio Mauro Filho e Marcelo Adnet, ambos encarnando Tuco e fazendo imitações de Silvio Santos e Lula. Agostinho (Pedro Cardoso) discutindo com Daniel Filho e dizendo que ninguém na Globo seria capaz de impedir a participação do seu personagem no programa.
Foi, enfim, um final glorioso, que rendeu uma homenagem inteligente aos grandes atores e atrizes que deram vida ao seriado por 14 anos. Palmas para todos.
Audiência: O último episódio de "A Grande Família" alcançou 22 pontos no Ibope, na Grande São Paulo, e 29 no Rio. Em ambas as cidades foi a segunda maior audiência da Globo no dia, atrás apenas de "Império", que marcou 30 em São Paulo e 36 no Rio.
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Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
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