Record precisa renovar sua agenda de telefones de celebridades
Mauricio Stycer
17/03/2014 08h35
Divulgados os nomes dos 15 participantes do reality "Aprendiz Celebridades", é impossível não manifestar decepção. O grupo escolhido coloca em questão o próprio conceito de "celebridade", ao misturar figuras pouco conhecidas com outras desimportantes, além de tipos mais do que batidos e, ainda, alguns que são famosos por não ter maior expressão.
A lista é formada pelas seguintes pessoas: a atriz Alexia Deschamps, o cantor Nahim, o ex-piloto e DJ Raul Boesel, a ex-jogadora de vôlei Ana Moser, a atriz Andréa Nóbrega, a empresária Beth Szafir, a jornalista Maria Cândida, o músico Amon Lima, o ator e apresentador Christiano Cochrane, a modelo Michele Birkheuer, a atriz Mônica Carvalho, a ex-Miss Brasil e modelo Priscila Machado, o cantor e DJ Kid Vinil, o ator e designer Nico Puig e o ator Pedro Nercessian.
A ex-jogadora Ana Moser é uma das poucas exceções nesta lista. Trata-se de uma figura, de fato, famosa, com história importante nos esportes, cujo perfil não combina muito com este tipo de programa, o que pode ser positivo.
A decisão de fazer um "Aprendiz" com celebridades foi tomada pela Record depois dos resultados frustrantes com audiência na edição de 2013. O mesmo processo ocorreu nos Estados Unidos, anos atrás, dando um sopro de vida ao programa comandado por Donald Trump.
Ao concordar com esta versão, o apresentador Roberto Justus fez o seguinte comentário em dezembro: "Porque não pode ser qualquer casting. Você não pode colocar lá subcelebridades, de baixo nível. Eu nem faria o programa assim. É o que o programa precisa, se olhar para o futuro, de uma coisa bem diferenciada".
O "Aprendiz Celebridades" tem estreia prevista para a segunda quinzena de abril. A Record ainda não informou o dia. Imagino que a emissora tenha tido dificuldades no recrutamento do time para o novo programa, mas também acho que faltou imaginação. Espero queimar a língua e que o programa seja ótimo, mas o resultado da seleção, infelizmente, está longe de ser "diferenciado", como gostaria Justus.
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
Contato: mauriciostycer@uol.com.br
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