Sem uma biografia não autorizada, telefilme vencedor do Emmy não existiria
Mauricio Stycer
23/10/2013 08h01
Exibido pela HBO, levou os prêmios de melhor minissérie/telefilme, melhor diretor (Steven Soderbergh) e melhor ator (Michael Douglas), entre outros. Matt Damon, no papel de Thorson, foi indicado, mas não levou.
A certa altura da história, depois de ter sido largado pelo namorado famoso, Thorson entra numa loja e encontra uma biografia de Liberace à venda. Folheia o livro e se detém numa passagem que descreve as muitas aventuras amorosas do pianista… com mulheres.
Thorson sabe que é tudo mentira. Liberace nunca se relacionou com mulheres, mas não admitia publicamente ser gay. Chegou a processar jornais que divulgaram essa informação. Ao morrer, em consequência do vírus da Aids, pediu que não fosse revelada a verdadeira causa.
Um ano depois da morte do pianista, em 1988, Thorson publicou o livro "Behind the Candelabra: My Life With Liberace". É esta biografia não autorizada que serviu de base para o premiado telefilme dirigido por Soderbergh. Não sei dizer o quanto ela faz justiça ao músico e o quanto ela distorce fatos reais, mas é uma versão, sob a ótica de uma pessoa que esteve muito próxima dele, de um período importante de sua carreira e vida.
No Brasil, hoje, o livro de Thorson não poderia ser publicado. Certamente, os descendentes de Liberace impediriam na Justiça que chegasse às livrarias.
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A HBO Brasil começou a apresentar "Behind the Candelabra" esta semana. Há 14 exibições programadas até o próximo dia 5 de novembro. As próximas são as seguintes: nesta quarta (23), às 14h55, no HBO 2; quinta (24), à 0h07, no HBO 2, e às 22h, no HBO HD; sexta (25), às 3h30, no HBO Signature, e às 23h50, no HBO; sábado (26), às 15h55, no HBO HD, e às 19h55, no HBO 2. Mais detalhes aqui.
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
Contato: mauriciostycer@uol.com.br
Sobre o blog
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