Mergulho na intimidade de Naldo e Moranguinho não eleva Ibope do Faustão
Mauricio Stycer
30/09/2013 15h15
Apresentado como "o rei do funk brasileiro", Naldo faz sucesso com músicas que apresentam uma versão mais leve, desidratada, deste estilo musical. É o chamado "funk melódico", acessível, como disse Faustão, "para todas as idades, para todas as classes, todos os sexos".
Para supresa de Faustão e sua equipe, imagino, o Ibope mostrou que o Brasil não estava interessado em saber tantos detalhes. O "Domingão" registrou audiência de 17 pontos – um ponto a mais que na semana passada e quatro a menos que o seu melhor resultado no ano. Pior, por 10 minutos, o programa perdeu para "O Melhor do Brasil", de Rodrigo Faro, na Record, que teve média de 9 pontos.
Tamires, apresentada como uma moça da plateia, teve o direito de fazer uma pergunta: "Gostaria de saber se na noite de núpcias você utilizou o que você coloca nas suas músicas: chantili, morango, essas coisas?" Naldo: "Isso eu não usei só na noite de núpcias. Isso a gente usa quase que diariamente."
Ellen, cujo nome artístico, Mulher Moranguinho, não foi mencionado uma única vez, acrescentou um detalhe sobre a noite depois do casamento: "A gente quebrou o pé da cama"
Naldo foi recompensado ao final, cantando uma música do novo DVD – um produto que ainda não chegou às lojas, mas "que ele vai lançar no 'Domingão' em novembro", prometeu Faustão.
Tema explorado com entusiasmo pelos sites especializados, a exposição da intimidade de um cantor popular com sua mulher sensual não se revelou um chamariz de audiência no "Domingão do Faustão". Esta é a questão que deve servir para alguma reflexão.
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
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