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Salve Wanda: vilã da novela sofre com erros de continuidade e roteiro

Mauricio Stycer

03/05/2013 15h38

"Salve Jorge" não cansa de intrigar o espectador com suas cenas mágicas e mirabolantes. Próxima de solucionar uma das tramas centrais da novela, a do roubo de Aisha (Dani Moreno) quando criança, Gloria Perez escalou Wanda (Totia Meireles) para viver momentos cruciais – e, como sempre, surreais – nos últimos dias. Acompanhe.

No capítulo de quarta-feira (01), Wanda foi surpreendida no hotel em que vive por Lucimar (Dira Paes). A mãe de Morena enganou a segurança do local e entrou no quarto da bandida vestida como camareira. Foi a quarta surra, se não me engano, que Wanda levou na novela. A briga foi interrompida pelo policial Barros (Marcelo Airoldi). Veja acima o estado em que Lucimar deixou a vilã.


Na cena seguinte, Wanda chega à delegacia, onde será confrontada com Berna (Zezé Polessa). O  corte no lábio desapareceu e a vilã está pronta para outra. "Cicatrização maravilhosa", observou Patricia Kogut, em "O Globo". Ou mágica.


A cena prosseguiu no capítulo de quinta-feira (02). Wanda e Berna estão sentadas lado a lado na sala da delegada Helô (Giovanna Antonelli), mas não fazem nenhuma revelação. Helô sai da sala para interrogar outra suspeita na sala ao lado e deixa Barros tomando conta das duas. A certa altura, o policial diz: "Vocês me dão licença um minutinho que eu vou ao banheiro". Ele sai e fica ouvindo atrás da porta, junto com Helô, que acaba de chegar. Eis um método de investigação realmente surpreendente. Portas de delegacia que não resistem a um bom ouvido…


Obviamente, Wanda e Berna revelam segredos, que são ouvidos pelos policiais atrás da porta. Até que Berna, muito esperta, observa: "Alguém pode escutar". Só rindo… É a deixa para a delegada voltar à sala. Ela oferece a Wanda a possibilidade de chamar um advogado. Integrante de uma quadrilha internacional, perigosíssima, a vilã diz que não precisa.


Confrontada pelo testemunho de uma enfermeira, que aceitou a delação premiada, Wanda ouve de Helô que está presa. A sua reação lembra a de uma criança, não a de uma traficante internacional de bebês. Dirigindo-se a Berna, ela diz: "Eu tô presa? E ela? A inocentinha da sua amiga vai ficar aqui no bem bom? Não vai mesmo! Desculpe, dona Helô, mas não vai mesmo!"

Por favor, Gloria Perez, salve Wanda. Ela não merece sofrer mais…

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.


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