O que pode explicar a queda abrupta de audiência do “Dentista Mascarado”?
Mauricio Stycer
29/04/2013 16h19
Ao escrever sobre a estreia de "Dentista Mascarado", considerei o seriado mais bem estruturado e menos descartável que os últimos três ("Separação?!", "Macho Man" e "Como Aproveitar o Fim do Mundo") criados pela dupla Alexandre Machado e Fernanda Young. Pelo visto, o público não concorda comigo.
O primeiro episódio, que marcou também a estreia de Marcelo Adnet na Globo, registrou audiência na casa dos 17 pontos – um índice considerado bom para o horário, às 23h30, de sexta-feira, depois do "Globo Repórter". Na semana seguinte, o programa repetiu este desempenho, mas subitamente despencou, no terceiro episódio, para 12 pontos – uma perda de 30% do público. Nesta última sexta (26), o quarto episódio voltou a marcar apenas 12.
É um número baixo, para a Globo, e que lembra o mau desempenho de "Casseta & Planeta Vai Fundo" no mesmo dia e horário, há um ano. Depois de passar 2011 longe das telas, o programa voltou reformulado e na estreia registrou 15 pontos. Foi o melhor resultado da atração. A audiência caiu para 12 no final da primeira temporada, em junho, e chegou a 10, no último episódio da segunda temporada, em dezembro.
Já escrevi mais de uma vez que televisão não é ciência. Ainda assim, me parece lógico acreditar que a rejeição do público a um programa de humor deve ser creditada, em primeiro lugar, ao fato de não ser visto como engraçado. Alguém arrisca outra explicação?
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
Contato: mauriciostycer@uol.com.br
Sobre o blog
Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.