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“Mad Men” ajuda a entender por que a televisão está mais interessante do que o cinema

Mauricio Stycer

24/04/2013 05h02


Mais do que o início da sexta temporada de "Mad Men" na HBO, o verdadeiro motivo de festa, na minha opinião, é a estreia do seriado, desde o início, em um canal aberto, no caso, a TV Cultura, nesta quarta-feira (24), às 22h.

"Mad Men" é um dos melhores exemplos do padrão de qualidade alcançado nas últimas duas décadas pela televisão e ajuda a entender por que muita gente considera que os seriados estão ocupando, cada vez mais, um espaço que já pertenceu a outras formas de entretenimento, como as novelas. Também explica porque gente do primeiro time do cinema, de diretores a atores, passando por roteiristas, está se envolvendo em projetos destinados à TV.

Numa entrevista recente  à "Folha", o diretor Fernando Meirelles ("Cidade de Deus") observou: "A TV está mais interessante do que o cinema. Potencialmente, a TV é muito melhor para contar histórias. O longa virou o conto, e a televisão virou o romance. Nada contra o conto. Mas a TV é onde você pode desenvolver seus personagens numa série de 13 horas. Num conto você não chega a isso. Num longa também não. Nada contra o cinema. É uma virtude da TV."

Criado por Mathew Weiner (roteirista de "Família Soprano"), "Mad Men" estreou em 2007. A história se passa em Nova York, no início dos anos 60, dentro de uma agência de publicidade. Com extremo rigor em relação a cenários e figurinos, o seriado descreve este ambiente, de muita criatividade e competição, mas também mergulha na vida pessoal dos principais personagens – os sócios da agência, o diretor de criação, os publicitários em início de carreira e as secretárias.

Não vou me alongar em detalhes do enredo. O que me agrada em "Mad Men" é que se trata de entretenimento adulto, que exige atenção e obriga o espectador a refletir. O seriado discute dilemas éticos e morais sem preconceitos nem didatismo. Não tem a preocupação de ser politicamente correto. É classificado como drama, mas tem humor e sarcasmo em boas doses.

A Cultura informa que adquiriu os direitos das quatro primeiras temporadas (2007-2010) e as exibirá em sequência. O programa vai passar em versão dublada, o que sempre compromete um pouco a recepção, mas amplia o público-alvo. Veja abaixo um vídeo promocional divulgado pela emissora. Sobre a sexta temporada, Ana Maria Bahiana escreveu aqui e aqui.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.


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