Principal telejornal do país, o "Jornal Nacional" desta terça-feira (12) apresentou uma edição especial, muito caprichada, sobre o conclave que elegerá o papa. Mais de 70% do tempo do programa foi dedicado ao tema – algo pouco usual.

A edição mobilizou seis repórteres diferentes – em Roma (três), São Paulo, Londres e Nova York –, que apresentaram um painel bem amplo e didático sobre o ritual do evento, os principais candidatos e as dificuldades envolvidas no processo.

Muito segura, Patrícia Poeta ancorou o telejornal em pé, diante do Vaticano. Ao final do programa, ainda sustentou uma conversa ao vivo, lado a lado, com Ilze Scamparini, correspondente da emissora em Roma.

Pode-se discutir se um único assunto merece ocupar quase três quartos de um telejornal – pessoalmente, me parece exagerado, mesmo concordando, como disse William Bonner, que se trata de um "acontecimento histórico". Mas entendo e respeito a opção.

O que me incomodou mesmo na edição foi, logo na abertura, o telejornal abraçar o clima de patriotismo que está cercando este conclave. "Nós registramos uma turma de brasileiros em clima de Copa do Mundo", anunciou Patrícia, antes de mostrar um grupo – claramente animado por causa da presença da câmera – gritando: "O papa é brasileiro!!!"