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Temos que tirar da frente a obrigação de entregar pontuação, afirma diretor-geral da Globo

Mauricio Stycer

26/02/2013 11h55

Numa das primeiras entrevistas desde que assumiu a direção-geral da Rede Globo, em 1º de janeiro, o jornalista Carlos Henrique Schroder disse à "Folha" que não guiará sua gestão por metas de audiência. "Temos que tirar da frente a obrigação de entregar pontuação. Temos que entregar o produto. A audiência virá como consequência."

Duas questões devem ser levadas em consideração diante desta afirmação surpreendente. Primeiro, o fato de que a audiência não apenas da Globo, mas de toda TV aberta, vem enfrentando  sucessivas quedas nos últimos anos. Ao mesmo tempo, o faturamento com publicidade não para de crescer.

Levada ao pé da letra, a declaração do executivo pode ter consequências importantes na programação da emissora, que é líder de audiência e de mercado há mais de quatro décadas. Reproduzo abaixo o trecho da entrevista, publicada na coluna de Mônica Bergamo, na qual Schroder fala destas duas questões:

Qual é a meta do senhor na direção-geral da Globo?
Schroder – Fazer produtos com cada vez mais qualidade. Mais atraentes e que levem o telespectador a ficar na Globo.

A que o senhor atribui a queda de audiência da emissora, que fechou 2012 com a pior média de todos os tempos, 14,7 pontos na Grande São Paulo?
Estamos fazendo um longo estudo. Tem uma série de fatores extra-TV. Um dia de calor no Rio e em São Paulo hoje impacta a audiência. Um feriado, um dia de pagamento de salário… Isso tudo afeta o número de TVs ligadas. Não [atinge] só a Globo, mas a TV aberta como um todo.

Há uma meta de audiência?
Não. Temos que tirar da frente a obrigação de entregar pontuação. Temos que entregar o produto. A audiência virá como consequência.

O jornalista Flavio Ricco, do UOL, também conversou com Schroder. O relato de sua conversa pode ser lido aqui.

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.


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