Jô minimiza “Avenida Brasil” em entrevistas com Cacau Protásio e José de Abreu
Mauricio Stycer
11/12/2012 11h30
A conversa durou pouco mais de 16 minutos. Em nenhum momento o apresentador citou o nome da novela ou de sua célebre personagem. Nem mesmo quando, surpreso com o fato de a atriz se considerar tímida, pediu para ver a famosa cena de "Avenida Brasil" na qual Cacau canta uma versão da música "Correndo Atrás De Mim", do grupo Aviões do Forró, e diz: "Eu quero ver tu me chamar de amendoim".
Nesta segunda-feira (10/12), foi a vez de José de Abreu, o Nilo, de "Avenida Brasil", ser entrevistado por Jô. O pretexto, mais uma vez, era uma estreia teatral, no caso "Bonifácio Bilhões".
No segundo bloco, Jô convidou o público a assistir uma cena de "Avenida Brasil", mas com o propósito de falar da barba que o ator usou na novela. Nada além disso. Nenhuma pergunta sobre o personagem, sobre a repercussão que teve ou sobre a trama e seu sucesso ao longo dos 35 minutos de conversa.
Assistindo as duas entrevistas, Jô transmite a impressão de desprezo total pelo maior sucesso da televisão em 2012. Mesmo que não goste de novela ou não tenha visto "Avenida Brasil", não fica
Atualizado às 16h30: Alertado por um leitor, fui ver a entrevista que Alexandre Borges deu ao programa em 30 de outubro, menos de duas semanas depois do final de "Avenida Brasil". O ator foi ao talk show para falar da peça "Poema Bar". Apesar dos apelos do público, não houve menção ao personagem Cadinho, que viveu na novela. Nem mesmo uma cena de "Avenida Brasil" foi exibida. Por 18 minutos, além peça, discorreu sobre o seu casamento, a forma física e o caratê. Também recitou poemas que lê no espetáculo teatral.
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
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Sobre o blog
Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.