Rafinha Bastos ri da própria audiência ridícula antes de esculhambar a concorrência
Mauricio Stycer
04/06/2012 00h46
Foram várias as piadas com o Ibope de 0,8 ponto alcançado na estreia. Rafinha Bastos falou das "16 pessoas que estavam assistindo" e Fernanda talvez tenha dito a verdade quando observou que a estreia do "SNL" foi "o programa menos visto da televisão brasileira".
É uma fórmula clássica. Com tantas auto-ironias, o humorístico se vacina contra os detratores e fica mais à vontade para esculhambar a concorrência.
Nesta segunda edição, as principais vítimas foram "A Fazenda", "Pânico" e "Zorra Total". Mas também sobrou para José Luiz Datena, "Casseta & Planeta" e "Cheias de Charme".
Numa seleção para escolher novas panicats (foto), qualquer candidata que demonstrasse saber ler ou escrever era eliminada."Que moral elas têm pra me chamar de vaca?", perguntou uma vaca, entrevistada por Rafinha. "Já tomei muito anabolizante pra cavalo, sabe. Agora eu penso como um deles", disse "Nicole".
Um dos melhores momentos foi o clipe com três empregadas, rindo da novela da Globo. "Queria uma atriz global aqui no meu lugar, lavando as cuecas do seu Valdemar".
Não vi novidade na provocação de Fernanda Young às feministas e, embora engraçado, Rafinha Bastos como um policial gay (foto no alto) me pareceu uma piada mais que batida.
Ao final, segundo números preliminares, o "SNL" teve audiência de 1,2 ponto – um crescimento de 50%. A continuar assim, ainda dá para continuar brincando com o próprio Ibope por um bom tempo.
Em tempo: Aos leitores que estão comentando ou pedindo minha opinião sobre "Sexo a 3", escrevi a respeito na semana passada, depois da estreia. Aqui: RedeTV! aposta na baixaria total com "Sexo a 3".
Sobre o autor
Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).
Contato: mauriciostycer@uol.com.br
Sobre o blog
Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.