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Quando “guerra de audiência” é mais do que força de expressão

Mauricio Stycer

05/05/2012 06h01


Alan Rapp não aparece tanto quanto as estrelas do "Pânico", mas é peça essencial na engrenagem do programa. Na foto acima, por exemplo, ele está agachado, com os polegares para cima, no evento realizado num restaurante, em São Paulo, no final de março, para apresentação das novidades do humorístico na Band.

Rapp fala do seu trabalho com entusiasmo e, curiosamente, utiliza linguagem militar ao se referir à disputa pela audiência com seus concorrentes nas noites de domingo.

"Cada domingo, a estratégia pode mudar, dependendo do que os concorrentes fazem em suas respectivas grades. Eu costumo decorar todas as possibilidades de manobras deles e vamos nos adaptando em busca da vitória", conta.

Esta entrevista com o diretor do "Pânico" foi publicada nesta sexta-feira no UOL Televisão. Republico-a abaixo, para quem não viu:

"O pânico do 'Fantástico' voltou", diz diretor do "Pânico"

No mês de sua estreia na Band, em abril, o "Pânico" foi o programa mais visto da emissora, com 10,1 pontos, em média. Bem distante, em segundo lugar, aparecem as transmissões do Campeonato Paulista, com média de 6,5 pontos. O "CQC", em seu quinto ano na grade, ocupou o quinto lugar neste ranking, com média de 5,6.

Sucesso sem precedentes na história recente da Band, o "Pânico" já faz planos de expansão, revela o diretor Alan Rapp em entrevista ao blog. "A intenção é aumentar as equipes de produção, edição e redação", diz.

Como contou o apresentador Emilio Surita em entrevista ao "UOL Vê TV", Rapp vive o "Pânico" intensamente, "24 horas por dia". O diretor encara os seus concorrentes como "adversários" e usa linguagem militar para se referir a eles: "Nós trabalhamos nas manobras dos nossos adversários, se eles mudam, nos também mudamos…", diz.

Fazendo piada com o nome do programa que dirige, Rapp diz: "A verdade é uma só: o pânico do "Domingo Espetacular", o pânico do Silvio Santos e o pânico do "Fantástico" voltou…"

Em um mês o "Pânico" já é o programa mais visto da Band. Qual é a próxima meta?
Alan Rapp: A próxima meta é manter a "aeronave" voando acima das nuvens e turbulências que sofremos durante a nossa "rota" dominical. Esse é um dos nossos grandes desafios. Sabemos que é muito difícil, mas também sabemos que sempre foi assim. Ninguém do "Pânico" se acomoda na zona de conforto. Aprendemos que temos que manter o "olho do tigre", sempre atentos a tudo que acontece no Brasil e no mundo para que nada passe despercebido.

Vocês pretendem reforçar a equipe do programa?  
Sim. O ritmo é intenso, as externas fora de São Paulo são constantes e a intenção é aumentar as equipes de produção, edição e redação, mas isso ainda seria um "próximo passo".

O "Pânico" tem alcançado a liderança depois que o "Fantástico" termina. Nas últimas semanas, o programa apostou nas panicats neste horário. Vai continuar com essa estratégia?
Na verdade, mordemos o primeiro lugar duas vezes durante o "Fantástico" agora na Band; (na RedeTv isso ocorreu inúmeras vezes), mas realmente conseguimos nos consolidar no primeiro lugar quando o "Show Da Vida" acaba. Cada semana é "um jogo diferente". A concorrência já mudou, o "Domingo Espetacular" (Record) está começando mais cedo e pagando dois breaks no seu início, diferente do que estavam fazendo antes, só faziam os breaks apos as 22h10. Nós trabalhamos nas manobras dos nossos adversários, se eles mudam, nos também mudamos… Cada domingo, a estratégia pode mudar, dependendo do que os concorrentes fazem em suas respectivas grades. Eu costumo decorar todas as possibilidades de manobras deles e vamos nos adaptando em busca da vitória.

Como você enxerga esta disputa pela audiência nas noites de domingo? É uma guerra mesmo?
Domingo a noite é o dia mais caro da TV. A tradição brasileira coloca a família na frente da televisão, sendo assim ninguém quer perder! Todos querem ganhar. O Pânico tem concorrentes tradicionais e fortes, como Silvio Santos e "Fantástico". O "Domingo Espetacular" também rema bastante, mas a verdade é uma só: o pânico do "Domingo Espetacular", o pânico do Silvio Santos e o pânico do "Fantástico" voltaram… Estamos na briga, cada minuto é importante, sabemos que damos trabalho aos concorrentes e também sabemos que enquanto o povo brasileiro estiver com o "Pânico", seremos um osso duríssimo de roer. Sabemos que nosso sucesso esta diretamente atrelado a todo esse carinho maravilhoso e apoio do nosso público. Isso pra nos é o mais importante de tudo!

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.


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