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Renato Aragão e Casseta & Planeta condenam piada que virou caso de polícia

Mauricio Stycer

22/03/2012 17h05

Com perdão da piada infame, o show de humor "Proibidão" mexeu com o humor dos humoristas brasileiros. Como se sabe, na primeira edição do evento, um músico, Raphael Lopes, chamou a polícia depois de ter sido alvo de uma piada racista de Felipe Hamachi.

Conforme o seu relato, ocorreu o seguinte: "O Felipe disse: 'Dizem que a Aids veio do macaco, mas não acredito. Transo sempre com macaco'. Aí olhou para mim e disse: 'Né?'".

Ontem, tive a oportunidade de falar a respeito do caso com Renato Aragão. E hoje com a turma do Casseta & Planeta. Coincidências na vida de um repórter.

Com o gênio dos Trapalhões consegui conversar por menos de dois minutos, o suficiente para ouvir uma crítica à agressividade do comentário de Hamachi: "Acho que o humor não precisa disso", respondeu.

Medindo bem as palavras, Renato disse ver um período de "transição", como outros que já ocorreram. "Desde que me entendo na vida, o humor passa umas nuances. Vem a turma nova, vem outra turma. Mas é um caso isolado. Não tem nada a ver", disse.

Sobre as piadas que fazia com Mussum, Renato me disse: "Naquela época não tinha essa conotação. Era brincadeira entre eu e o Mussum. Era coisa infantil." E foi ao ponto: "Ninguém tentou agredir ninguém. Nem se tocava que poderia agredir alguém. Era uma brincadeira de circo."

Com a turma que ajudou a renovar o humor na televisão na década de 80, o encontro foi mais demorado e tranquilo. Uma entrevista destinada a promover o novo programa do grupo, no Mercado Municipal, em São Paulo, onde a questão do humor politicamente correto também entrou em pauta:

"A gente não está mais na idade de procurar chatear, perseguir a incorreção", disse Claudio Manoel, diretor-geral da atração. "Não precisamos disso. E não me acho suficientemente velho para ficar chamando preto de macaco", querendo dizer que considera a piada de Hamuchi muito velha.

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Fotos: Fernando Donasci/UOL (Aragão) e AGNews (Casseta)

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Sobre o autor

Mauricio Stycer, jornalista, nascido no Rio de Janeiro em 1961, mora em São Paulo há 30 anos. É repórter especial e crítico do UOL. Assina, aos domingos, uma coluna sobre televisão na "Folha de S.Paulo". Começou a carreira no "Jornal do Brasil", em 1986, passou pelo "Estadão", ficou dez anos na "Folha" (onde foi editor, repórter especial e correspondente internacional), participou das equipes que criaram o diário esportivo "Lance!" e a revista "Época", foi redator-chefe da "CartaCapital", diretor editorial da Glamurama Editora e repórter especial do iG. É autor dos livros "Topa Tudo por Dinheiro - As muitas faces do empresário Silvio Santos" (editora Todavia, 2018), "Adeus, Controle Remoto" (Arquipélago, 2016), “História do Lance! – Projeto e Prática do Jornalismo Esportivo” (Alameda, 2009) e "O Dia em que Me Tornei Botafoguense" (Panda Books, 2011).

Contato: mauriciostycer@uol.com.br

Sobre o blog

Um espaço para reflexões e troca de informações sobre os assuntos que interessam a este blogueiro, da alta à baixa cultura, do esporte à vida nas grandes cidades, sempre que possível com humor.


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